ATA DA CENTÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 27.11.1996.

 

Aos vinte e sete dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quórum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata Declaratória da Nonagésima Segunda Sessão Ordinária e da Décima Sessão Extraordinária, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 01 Projeto de Resolução nº 27/96 (Processo nº 2925/96); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 02 Pedidos de Informações nºs 139 e 140/96 (Processos nºs 2913 e 2914/96); pelo Vereador Paulo Brum, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 171/96 (Processo nº 2930/96); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências e pelo Governo Municipal, 01 Projeto de Lei do Executivo nº 67/96. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nº 328/96, do Vereador Ovídio Carlos Martins, Presidente da Câmara Municipal de São João da Boa Vista/SP; 528/96, do Deputado Estadual Paulo Vidal; 575/96, do Senador Roberto Freire. Telegramas: da Senhora Maria do Carmo Bueno, Deputada Estadual/RS; do Senador Hugo Napoleão; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado/RS; do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado/RS; do Senhor Arno Frantz, Deputado Estadual/RS e do Senhor Giovani Cherini, Deputado Estadual/RS. Em prosseguimento, o Senhor Presidente apregoou o Ofício nº 501/GP/96, do Senhor Prefeito Municipal, solicitando autorização para viajar à cidade de Montevidéu, das quatorze horas do dia três de dezembro às vinte horas do dia cinco de dezembro do corrente ano, com a finalidade de participar da abertura do evento “Porto Alegre em Montevidéu” e informando que durante a ausência de Sua Excelência assumirá a Prefeitura o Vice-Prefeito Raul Pont. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 18/96, discutido pelos Vereadores João Dib, Reginaldo Pujol e Raul Carrion; o Projeto de Lei do Executivo nº 66/96, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol e o Projeto de Lei do Legislativo nº 168/96, discutido pelos Vereadores João Dib e Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 156/96, discutido pelo Vereador Raul Carrion; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 163, 165 e 166/96 e o Projeto de Resolução nº 26/96; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 162 e 163/96 e o Projeto de Lei do Executivo nº 65/96. Em continuidade, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Lauro Hagemann quanto à retirada da Pauta do Projeto de Lei do Executivo nº 66/96, que institui áreas especiais de interesse social, informando que o mesmo só cumprirá a segunda sessão de Pauta após ter sua situação definida claramente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib externou sua inconformidade com a condução dada pelo Senhor Presidente aos trabalhos das Sessões Plenárias, notadamente aos questionamentos de Sua Excelência. O Vereador Luiz Negrinho reiterou solicitações feitas para a implantação de sinalização na Avenida Divisa, bem como de duplicação da Avenida Tronco. O Vereador Nereu D’Ávila disse ter ficado estarrecido com pronunciamento feito pelo Prefeito eleito, Senhor Raul Pont, num programa de televisão, acerca do projeto envolvendo a construção da pista de eventos, o qual teve sua apreciação suspensa, na Casa, em virtude de sentença judicial. Em continuidade, constatada a existência de “quórum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA, tendo o Senhor Presidente submetido à consideração do Plenário Requerimento do Vereador João Verle solicitando que, após a Renovação de Votação Nominal do Veto Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 64/96, seja alterada a ordem de votação dos processos constantes nesta Ordem do Dia, sendo apreciados inicialmente os processos referentes ao Orçamento, o qual foi aprovado, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Luiz Negrinho, Artur Zanella, Luiz Braz e Reginaldo Pujol. A seguir, foi apregoada Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Mário Fraga, no dia de hoje, dando posse o Senhor Presidente à suplente Letícia Arruda, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Em Renovação de Votação Nominal, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Clovis Ilgenfritz, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 064/95, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores Airto Ferronato,  Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Dib, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Letícia Arruda, considerando-se rejeitado o Veto Parcial a ele aposto. A seguir, o Senhor Presidente submeteu à consideração do Plenário Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt solicitando que, após a votação do Projeto de Lei do Executivo nº 53/96, seja apreciado Requerimento, de autoria de Sua Excelência, que solicita Renovação de Votação do Projeto de Lei do Executivo nº 51/96, o qual foi aprovado. Em prosseguimento, foram realizadas as seguintes votações referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 53/96; após ser encaminhadas à votação pelos Vereadores João Verle e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Dilamar Machado, foi rejeitada a Emenda nº 05, por treze votos SIM e dezesseis votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Letícia Arruda e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas e Raul Carrion; após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Luiz Negrinho, João Verle e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 06, por dez votos SIM e dezesseis votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Letícia Arruda e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas e Raul Carrion; após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Airto Ferronato e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 07, por nove votos SIM e dezoito votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas e Raul Carrion, Letícia Arruda, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib, Henrique Fontana e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Dilamar Machado, foi rejeitada a Emenda nº 08, por dez votos SIM, dezessete votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas, Raul Carrion, Letícia Arruda; após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Elói Guimarães, Dilamar Machado e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 09, por nove votos SIM e quinze votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Dilamar Machado, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas, Raul Carrion, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Antonio Hohlfeldt e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 10, por oito votos SIM e dezoito votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion, Letícia Arruda, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Reginaldo Pujol e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 11, por dez votos SIM e dezessete votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas, Raul Carrion, Letícia Arruda. Após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e João Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 12, por onze votos SIM e dezessete votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion, Letícia Arruda. A seguir, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão por mais duas horas, submetida à votação nominal por solicitação do Vereador Luiz Braz, onde obteve quinze votos SIM, dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Airto Ferronato, Dilamar Machado, Edi Morelli, Giovani Gregol, Henrique Fontana, João Dib, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Letícia Arruda, optando pela Abstenção o Vereador Fernando Záchia. A seguir, retomaram-se as votações referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 53/96. Em continuidade, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Elói Guimarães, Reginaldo Pujol e Luiz Negrinho, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Negrinho, foi rejeitada a Emenda nº 13, por onze votos SIM e dezesseis votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion, Letícia Arruda. A seguir, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente a Emenda nº 14 obteve dez votos SIM e cinco votos NÃO,  votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, e Não os Vereadores Giovani Gregol, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann e Letícia Arruda. Logo após, a votação acima foi declarada nula pelo Senhor Presidente face à inexistência de “quórum”. Durante a Sessão os trabalhos estiveram regimentalmente por seis minutos. Ainda, o Senhor Presidente deferiu de plano Requerimento do Vereador Luiz Negrinho solicitando que seja fornecida à Sua Excelência cópia da Declaração de Voto do Vereador Reginaldo Pujol à Emenda nº 09, bem como a nominata dos Vereadores que votaram a favor ou contra as Emendas de Sua Excelência apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 53/96. Às dezoito horas e trinta e um minutos, constatada a inexistência de “quórum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária de amanhã, às dezesseis horas. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli, Fernando Záchia e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e Jocelin Azambuja, este último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

                  

                   O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Não há quórum para proceder à votação da ata da Sessão anterior.

                   Apregoamos o Ofício nº 501/GP/96 assinado pelo Prefeito Tarso Genro, que solicita autorização de viagem a Montevidéu a partir das 14 horas do dia 3 de dezembro até as 20 horas do dia 5 de dezembro deste ano. O Vice-Prefeito Raul Pont assumirá a Prefeitura nesse período.

                   Convido o 1º Secretário, Ver. Fernando Záchia, para que assuma a Presidência dos trabalhos desta Casa, uma vez que, depois de oito meses tentando uma audiência com o Sr. Prefeito, consegui a referida audiência para esta tarde.

 

                   O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2835/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 7/73, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

PROC. 2874/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 066/96, que institui Áreas Especiais de Interesse Social, e dá outras providências. (áreas de propriedades do DEMHAB, em diversas vilas, e áreas que integram o Projeto de Regularização Fundiária).

 

PROC. 2881/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Largo Francisco Spina o canteiro localizado em frente ao nº 02 da Praça Garibaldi, na confluência com a Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, no Bairro Cidade Baixa.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2531/96 - SUBSTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/96, ambos de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a aplicação de sanções administrativas e rescisão de contratos, pela Administração Pública Municipal, às empresas prestadoras de serviços.

 

PROC. 2802/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua José Antônio Damásio um logradouro irregular, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 2824/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/96, de autoria do Ver. Artur Zanella, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Ailton Ferreira de Albuquerque.

 

PROC. 2837/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que oficializa no Município de Porto Alegre o “Projeto Histórias de Trabalho”, e dá outras providências.

 

PROC. 2852/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/96, de autoria do Ver. Ezony Villarinho, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Renê Bernhard.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2758/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/96, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que denomina Rua Ari Marinho um logradouro público, localizado no Bairro Higienópolis.

 

PROC. 2785/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que denomina Rua Izidoro Lima um logradouro irregular, localizado na Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 2845/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 065/96, que declara de utilidade pública a Associazione Culturale Italiana Del Rio Grande do Sul - ACIRS.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib, para discutir a Pauta.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está na Pauta do dia de hoje o Projeto de Autoria do Ver. Raul Carrion que pretende modificar a Lei Complementar nº 7, que é o Código Tributário do Município de Porto Alegre. Todos nós sabemos que o Vereador não tem autoridade para propor tal projeto. Uma das coisas que desejo fazer para o próximo ano é que todos os projetos de lei ao passarem pela Constituição de Justiça e forem considerados contrários à Constituição, à Lei Orgânica, que sejam imediatamente paralisados, e no Plenário com 2/3 dos Vereadores ele possa dar continuidade, não tem sentido que se perca dinheiro fazendo proposições, as mais bem intencionadas, mas que não têm validade, até porque a proposição que o Vereador faz diz que é inconcebível que médicos, advogados, assistentes sociais, barbeiros, contribuam com alíquotas iguais as das instituições financeiras, pois todos se encontram no item demais tipos de prestação de serviço. Constitui violação de igualdade dar o mesmo tratamento tributário as pessoas físicas, ou jurídicas desiguais. Acontece que a arrecadação em cima de um barbeiro, e em cima de uma instituição financeira tem volumes completamente diferentes. Os volumes são diferentes e os decibéis também. Na realidade é algo além de nossas forças, modificar o Código Tributário do Município. Acho da mais alta relevância que se faça uma consolidação desse Código Tributário. Não estou fazendo nenhuma crítica ao Prefeito, nem ao Dr. Raul Pont que vai assumir a Prefeitura, porque para que se fizesse a consolidação era importante que houvesse um acordo de cavalheiros, de homens de honra, de não fazer alterações no Código Tributário. Acredito que seja por esse motivo que os Prefeitos não têm mandado à Casa a consolidação que é indispensável. É difícil para alguém que tenha que cuidar de interesses de munícipes, enfim qualquer tipo de trabalho que pague impostos ao Município, saber todas as leis, porque todas são alteradas. Não há uma que não tenha sido alterada, por isso se torna difícil ler o Código Tributário da Prefeitura, em virtude de tantas alterações. Seria importante que na próxima legislatura os 33 Vereadores assumissem com o futuro Prefeito um pacto de não-alteração do Código Tributário, para que ele pudesse apenas ser consolidado. Porque são tantas as leis, são tantas as alterações que se torna difícil para o contador, para o proprietário, para o munícipe, isoladamente, saber o que deve, o que ele tem direito, isso ele não pode saber porque está muito dificultado.

O Ver. Jocelin Azambuja propõe uma homenagem a esta extraordinária figura do Chico Spina - Francisco Spina - Cidadão de Porto Alegre, que eu não consegui visualizar no croqui fornecido pelo cadastro, a homenagem que será prestada a Francisco Spina, mas de qualquer forma leva o meu apoio, sim. Provavelmente o Ver. Jocelin Azambuja, posteriormente, há de dizer, e levará o meu voto e o meu apoio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje, na data de 27 de novembro de 96, nós estamos realizando mais esta Sessão Extraordinária, onde, na Pauta para Discussão Preliminar, inicia para tramitação de três Projetos de Lei, sendo que dois de origem Legislativa. Um dos Projetos é do Ver. Raul Carrion, que altera os dispositivos da Lei Complementar 773, que institui e disciplina os tributos de competência do Município. Projeto este que, pela sua natureza, terá profunda repercussão e grandes debates, que já se esboçaram, inclusive com argüições acerca da competência da iniciativa do legislador sobre a matéria. Mas, junto com ele, Sr. Presidente, ingressa também na Casa e começa a iniciar a sua tramitação o Projeto de Lei do Executivo nº 66/96, que institui áreas especiais de interesse social e dá outras providências. Áreas de propriedade do DEMHAB, em diversas Vilas, e áreas que integram o projeto de regularização fundiária.

Sem contar com o Projeto de Lei do Ver. Jocelin Azambuja, que homenageia uma das figuras mais queridas desta Cidade, cujo passamento é pranteado por quantos tiveram a oportunidade de conhecê-lo em vida, o Francisco Spina, o nosso Chico do Copacabana, que, pelo visto, terá o seu nome consagrado num largo fronteiro ao seu estabelecimento comercial.

Estes três Projetos fazem crescer em nós uma angústia muito profunda, na medida em que, iniciando eles a tramitação no dia de hoje, repito, 27 de novembro, eu temo que se não for dado a eles um tratamento especial, teremos, até fisicamente, uma dificuldade de decidir sobre essas matérias no escasso tempo que nos é reservado no ano parlamentar regular, isto é, até 13 de dezembro, uma sexta-feira, visto que encerra-se o ano parlamentar no dia 15, e o dia 14, sendo um sábado, não será contado como dias em que teremos capacidade legal de nos posicionar diante dos problemas. Do dia 13 até o dia de hoje teremos sete Sessões deliberativas da Casa, e a uma necessidade que esse Projeto nº 66/96 cumpra toda uma tramitação que necessariamente terá que cumprir, considerando a sua profundidade. A sua importância e o seu alcance social. O Ver. João Verle, que vai assumir o DEMHAB, praticamente tem nesse Projeto apresentado no dia de hoje, um programa de trabalho que, se não for para 4 anos, será para um largo período, tamanha a sua amplitude. Gostaria de fazer um apelo no sentido de que as Lideranças da Casa, no dia de amanhã, quando irão se encontrar para estabelecer um roteiro das votações dos projetos ainda em tramitação na Casa, que muito criteriosamente estabeleçam essas prioridades. Segundo consta, temos, sem contar com os Projetos da Pauta, algo como 200 projetos em tramitação na Casa. Muitos desses Projetos têm autoria de alguns companheiros nossos que não vamos poder contar com as suas presenças no ano que vem em função de não terem sido reconduzidos para a Casa. Cogita-se de dar a esses companheiros uma prioridade para que eles tenham os seus Projetos apreciados durante esta legislatura. Mas sustentaria que, mais do que esta necessidade de homenagearmos, com toda a justiça, a esses companheiros, nós temos a obrigação de fazer esta seleção criteriosa para verificarmos, com exatidão, quais aqueles assuntos que, necessariamente, têm que alcançar essa prioridade. Eu até sustentaria que esse Projeto de Lei do Executivo, ainda que tardiamente encaminhado para esta Casa, deva merecer a prioridade das prioridades a fim de que possa o nosso colega, Ver. João Verle, quando diretor do DEMHAB, já dispor desses instrumentos quando assumir os seus encargos naquela autarquia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): O Processo nº 2874/96, PLE nº 66/96, institui áreas especiais de interesse social. Esse Projeto já foi enviado à Casa, posteriormente foi retirado pelo Executivo e foi enviado, provavelmente, em uma nova versão. Digo provavelmente, porque não examinei o Projeto. Ocorre que já havia uma deliberação anterior da Casa de que tanto o Projeto das AEIS quanto o Projeto relativo ao solo criado eram projetos vinculados às modificações do Plano Diretor e, portanto, não teriam tramitação comum e ficariam agregados ao Plano Diretor. Com base nessa situação, eu requeiro a retirada de tramitação da Discussão Preliminar, do primeiro dia de Pauta, do Processo nº 2874 porque ele deve tramitar em conjunto com o Plano Diretor que se encontra na Casa.

 

                   O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Esta Presidência recebe a Questão de Ordem de V. Exa. Amanhã haverá uma reunião com a Mesa Diretora e com as Lideranças da Casa com o objetivo de tratar de assuntos relativos a processos legislativos e vamos incluir a discussão desse tema.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mas é uma questão de uma decisão anterior. Não atrapalha se for retirado hoje e, eventualmente, rediscutido e reavaliado. O Ver. Lauro Hagemann tem uma outra perspectiva que estou pronto a discutir, mas há uma decisão anterior da Casa que havia posto o conjunto desses três processos numa tramitação especial.

 

                   O SR. LAURO HAGEMANN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu havia alvitrado ao Ver. Hohlfeldt que a retirada imediata desse Projeto de tramitação me parece um pouco precipitada, pois há questões que não afetam diretamente. As AEIS - Áreas Especiais de Interesse Social - já existem na legislação. Parece-me que esse Projeto - embora não o conheça perfeitamente - prevê a indicação de áreas específicas das AEIS para que entre em vigor no ano que vem. Se não for aprovado este ano, cairíamos no problema da anterioridade, essas áreas não poderiam ser passíveis de inclusão nas disposições gerais do ano que vem. Por isso, solicito cautela no encaminhamento e que esse Projeto não seja retirado abruptamente de tramitação sem que vejamos bem isso.

 

                   O SR. PRESIDENTE: O que gostaríamos de ponderar a V. Exas. é a avaliação da questão legal de um Projeto que, neste momento, encontra-se na Pauta, mesmo que exista uma determinação base, que é a referida por V. Exa., Ver. Antonio Hohlfeldt. A rigor, o Projeto já foi apregoado, e, dentro da ótica de V. Exa., ele nem poderia ser apregoado, porque o apregoamento é um momento do processo legislativo. Neste momento, ele encontra-se tramitando em primeira Pauta, em discussão preliminar. Quero dizer a V. Exa. que não o colocarei em segunda Pauta sem definir claramente essa situação. Apenas para não fazer uma retirada abrupta de Pauta e que eu, como Presidente da Casa, acabe arranhando alguma disposição regimental. Então, apelo para a compreensão de V. Exa., embora reconheça a procedência de sua manifestação formulada há alguns minutos. É o apelo que faço a V. Exa.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeitosamente, gostaria de dizer que essas questões legais não se resolvem com apelos. Resolvem-se com soluções legais. Há dois pesos e duas medidas. V. Exa. tece um comportamento diverso na outra vez. O que houve é que o Executivo retirou o Projeto, e manda uma nova versão.

 

                   O SR. PRESIDENTE: É que na outra vez o Projeto estava na Ordem do Dia, ia ser votado.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Perdoe-me, Sr. Presidente, mas não estava na Ordem do Dia, estava na mesma situação, primeira ou segunda Pauta. Melhor, estava na CEFOR e foi levantei isso como Questão de Ordem.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Embora não estivesse na Ordem do Dia, já havia corrido as Pautas e já se encontrava no âmbito da Comissão.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Foi retirado. Era muito mais complexo o Processo.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Então, não haverá um prejuízo substantivo no fato de ter formalmente corrido uma Pauta. Realmente, não se resolvem questões legais com apelo, mas com entendimento e bom senso mútuo resolvem-se as questões mais intrincadas.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Desde que se decida que tramite junto com os outros, que se anule esta Pauta.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Até porque, veja V. Exa., a situação que V. Exa. levanta é tão curiosa que não haverá prejuízo ao Plano Diretor que já cumpriu a Pauta.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se cumpriu, cumpriu erradamente.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Vereador, em respeito ao questionamento suscitado por V. Exa., o Projeto esteve em Pauta, eu não tenho o poder, nem o Plenário, de sustar a tramitação de um processo legislativo de forma unilateral e “ex abrupto”. Mas recebo a formulação feita por V. Exa. e darei uma solução a este problema.

 

                   O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais especificamente Sr. Presidente, com a paciência que me propus ter, esperei a minha oportunidade para fazer um Requerimento que eu havia solicitado. Estou requerendo a V. Exa. que este Projeto de Lei seja devolvido ao Executivo Municipal, e quero que seja submetido ao Plenário, por desrespeito a este Plenário. Um Projeto da importância deste que aqui está, tem 4 páginas, está criando Área Especial de Interesse Social na Lupicínio Rodrigues, ou Terminal Azenha, ou Morro Alto, ou Graciliano Ramos. Não sei onde estão, não quero saber, mas quero documentação, não esta coisa que aqui chegou para cumprir prazo. Então, estou solicitando a V. Exa. que seja ouvido o Plenário para a devolução desse Processo absolutamente incompleto: não tem nada, não informa nada.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai auxiliar o exercício do trabalho parlamentar de V. Exa., colocando subsídios das assessorias da Casa, sobretudo da Procuradoria. V. Exa. é um homem de trabalho e, certamente, não vai negar o respaldo técnico da Casa para colaborar com o bom desempenho dos trabalhos.

                   A Mesa registra com satisfação a presença do Auditor do Tribunal de Contas do Estado, que comparece em visita a esta Casa, a quem convidamos para integrar a Mesa: o Sr. Scliar.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, não entendi o que vai acontecer com a ajuda que V. Exa. está me dando.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa Diretora, como os órgãos técnicos da Casa, vai colaborar com V. Exa. no sentido de dar, inegavelmente, aquele embasamento necessário para instruir o seu pedido junto ao Plenário.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu disse que não iria atrapalhar. V. Exa. não vai me passar a palavra?

 

                   O SR. PRESIDENTE: V. Exa. não tem a palavra. As manifestações de V. Exa. são anti-regimentais. (Tumulto no Plenário.) Estão suspensos os trabalhos.

 

(Os trabalhos foram suspensos às 14h40min.)

 

                   O SR. PRESIDENTE (às 14h43min): Estão reabertos os trabalhos.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeitosamente, quero insistir com a minha Questão de Ordem anterior, com base no art. 19, inciso II, letra “g”, que diz: “Retirar da Ordem do Dia proposições e desacordos com as exigências regimentais”. E mais, letra “c”: “Definir a requerimento do autor, do Líder da sua bancada a retirada de tramitação de proposição nos termos regimentais”. A competência de V. Exa. é decidir, se V. Exa. não quer decidir, é outro problema, mas é da sua competência decidir a retirada. Estou encaminhando Requerimento para retirar da Pauta de hoje, da primeira Sessão, este Processo, porque ele não atende aquilo que foi acertado anteriormente pelas Lideranças, é o mesmo processo que havia anteriormente definido.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência tem o cuidado de deliberar e dar respostas objetivas e imediatas aos Srs. Vereadores e tem feito isso sempre, sobretudo com V. Exa. Estamos examinando a questão, não posso retirar de tramitação um Processo que se encontra dentro de um Processo Legislativo normal, mas, mesmo assim, para ver se há uma alternativa legal em relação a esse pedido de V. Exa., nós estamos buscando a Assessoria da Procuradoria da Casa para ver se é possível atender ao pedido de V. Exa.

 

                   O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a primeira parte da Questão de Ordem é quase um requerimento para que V. Exa. mantenha o Projeto em tramitação e faça as averiguações necessárias sobre a Questão de Ordem solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, visto que o que o Vereador alega é um acordo de Lideranças que teria havido.

                   A segunda questão, é em relação à Questão de Ordem do Ver. João Dib. Chamo atenção que o art. 51, parágrafo primeiro diz: “O pedido de diligência somente poderá ser feito ao Presidente, quando a matéria estiver no âmbito da Comissão mediante Requerimento do Vereador e que no parágrafo 1º, neste caso, interrompe o que está previsto nos artigos 47 e 48, ou seja, a tramitação. Portanto, acredito que a Questão de Ordem do Ver. João Dib será bem aproveitada na fase seguinte, quando o projeto estiver no âmbito da Comissão.

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para Comunicação de Liderança.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mais precisamente o Sr. Presidente. Eu estou cansado, apesar de me ter proposto a não elevar mais a minha voz, não me aborrecer mais no debate com V. Exa., se é possível que haja debate. Esperei, pacientemente. Eu havia solicitado a palavra depois do Ver. Antonio Hohlfeldt - Ver. José Valdir, eu fiz um Requerimento e não Questão de Ordem - e o Requerimento deve ser acolhido, deve ser votado. Estou cansado, Sr. Presidente, de não ser ouvido por V. Exa.. Estou cansado, Sr. Presidente, de ouvir V. Exa. dizer que estão suspensos os trabalhos para que o Ver. João Dib não fale. Sinto-me desrespeitado; não preciso de lição de Vereador nenhum desta Casa, como também não pretendo dar lição a ninguém, Ver. José Valdir. Fiz um Requerimento, não formulei uma Questão de Ordem. E acho que tenho responsabilidade bastante para com o que eu digo e faço. Eu não o critiquei, V. Exa. se equivocou e eu espero que entenda que se equivocou, porque eu não formulei Questão de Ordem, Ver. José Valdir, eu fiz um Requerimento. Eu sei onde eu posso pedir diligência, não era necessário que me ensinassem. Eu não me dirigi a V. Exa., estou me dirigindo ao Presidente que, sistematicamente, me obriga a perder a paciência. Eu sempre tive paciência com o Sr. Presidente. Quando o Prefeito foi advertido, durante três meses eu pedi, diariamente, a ele que mandasse e até disse a ele - Presidente - que ele estava querendo o resultado favorável no primeiro turno para o Sr. Raul Pont, porque se tivesse sido mandada aquela advertência antes da eleição, a reação do Prefeito talvez desse outro resultado na eleição. Mas eu nunca falei; eu pedi, diariamente. O Plenário já havia decidido, era só mandar a comunicação. E eu, pacientemente, escutei.

                   Hoje, eu formulo um Requerimento - está previsto no Regimento da Casa - e o Presidente suspende os trabalhos e diz que comigo não vai dialogar. Agora, com os outros Vereadores fica ele fazendo diálogo. Eu sempre digo: Presidente preside, não faz discurso. Presidente tem que ser sintético, conciso e preciso, mas ele não é. Ele não respeita a Sessão Solene, não respeita Sessão normal, não respeita coisa nenhuma, e faz discurso. Agora, quando o Ver. João Dib quer manifestar uma dúvida, ele é impedido de falar. E não há nada mais difícil do que cassar a palavra de um homem que tem consciência do que diz. Não pode essa pessoa que tem consciência do que diz, dos seus atos, das suas formulações, das suas posições, ser interrompido. Ora, que história é essa de me cassar a palavra? Por quê? Por que não a dos outros Vereadores? Qual a diferença com o Ver. João Dib? Qual é?

                   Uma coisa que eu não posso entender: eu fiz um Requerimento dizendo que o Processo não está instruído, que é afrontoso para com esta Casa receber o tal Processo, e o Presidente, simplesmente, não me permite que eu - depois de um discurso dele - diga uma palavra a mais. Mas quem é o Presidente desta Casa? É o dono? Porque não exerce esta mesma força contra o Executivo? Qual é a diferença? Ou é só com o Ver. João Dib? Qual a diferença do Ver. Isaac Ainhorn para o Ver. João Dib? Não há ninguém mais do que eu, mas também não há ninguém menos do que eu, para mim são todos iguais. Mas parece que entre mim e o Ver. Isaac Ainhorn existe uma diferença que eu não consigo entender e que me leva, todas as vezes, a perder a paciência, a perder a compostura até. Porque não admito que me cassem a palavra sem nenhuma razão. Não admito! E, às vezes, aceito que o relógio seja modificado quando eu falo, que ao invés de cinco minutos, me dêem três. Eu fico quieto, dou risada, sei perder, mas me impedir de falar? Não deixo, Sr. Presidente, nem ninguém nesta Casa tem competência para tanto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência volta a esclarecer ao Sr. Ver. João Dib, que se dirige com respeito e com atenção a todos Vereadores e informa a V. Exa. que, com base no art. 161, do Regimento desta Casa, indefiro seu pleito.

                   Esta Presidência esclarece, aos Srs. Vereadores, que os requerimentos orais serão respondidos dentro das possibilidades quando se referem a assuntos que envolvem interpretações de textos do Regimento. O Requerimento de retirada e devolução de um Projeto de Lei que se acha em Pauta não tem amparo legal, razão pela qual esta Presidência indeferiu o Requerimento do Ver. João Dib.

                   O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra em tempo de Liderança.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Na Sessão de segunda-feira comentava, na minha Bancada, com o Sr. Adaucto, um fato ocorrido na Av. Divisa, esquina com a Av. Caí, no bairro Cristal, onde, algum tempo atrás, vários acidentes aconteceram e que alguma coisa deveria ser feita na Av. Divisa com a Jacuí e a Caí. Parece haver um descaso. Aguardam uma fatalidade, como a que ocorreu na sexta-feira, onde duas senhoras e uma criança foram atropeladas em cima da calçada, por um veículo que estava em excesso de velocidade. Isso foi em torno das 19 horas. Este Vereador, em várias ocasiões, encaminhou, semestre a semestre, Pedidos de Providência no sentido de uma sinalização, já que não querem implantar o sistema de quebra-molas na Av. Divisa.

                   Hoje, às 6 e meia da manhã, para minha surpresa, encontrei a Av. Divisa totalmente dividida com sacos de lixo. A população, revoltada com a situação, colocou sacos de lixo no meio da Av. Divisa. O que ela quer com isso? Ela quer, simplesmente, que a Avenida seja sinalizada. E quando digo aqui que a Av. Caí é uma avenida de acesso à Escola José Loureiro da Silva, e que, ali, as pessoas atravessam a Av. Divisa para a Vila Cruzeiro do Sul, quero dizer que estão aguardando uma grande tragédia como a que poderia ter ocorrido na sexta-feira, se o acontecido tivesse sido uma hora antes.

                   E essas mesmas pessoas que atendi e a quem estou dando, até o momento, assistência, porque são moradores da minha comunidade, viram, 10 minutos antes, uma D-20 ou uma F-1000 - eles não souberam identificar - fazendo um “pega”; isso às 19 horas de uma sexta-feira, na Av. Divisa. É um trajeto curto - 300m no máximo - sem nenhuma sinalização, tanto para quem vem pela Rua Comandaí quanto para quem vem pela Rua Cruzeiro do Sul.

                   Esse é o problema que enfrentamos ali. A comunidade já foi ao Secretário de Transportes, já esteve aqui na CUTHAB, e, até hoje, não botaram sequer uma placa. E, na sexta-feira, aconteceu essa quase tragédia: duas senhoras e uma criança saíram da sua casa, na frente do mercadinho, atravessaram a rua e, quando estavam retornando, um carro desgovernado, provavelmente por excesso de velocidade, atropelou as três pessoas. Por quê? Porque não há uma placa sequer de sinalização na Av. Divisa. Acho que não é pedir muito.

                   Quando eu venho aqui falar e dizer que o mesmo problema enfrenta a Av. Tronco, entre a D. Malvina e a Francisco Macena Vieira, espero não vir aqui dizer o que estou dizendo agora. Quase que houve uma fatalidade. Uma das pessoas foi atendida no Hospital de Pronto Socorro, conseguimos uma vaga na Beneficência, onde outra pessoa precisou ficar internada devido à gravidade do acidente.

                   Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apesar de ter falado alto o Ver. Pedro Américo Leal diz uma verdade: o Secretário não ouve; é indiferente.

                   A quem essas famílias vão recorrer? Cobrar todas essas despesas que estão tendo de quem?

                   É lamentável que isso ocorreu na sexta-feira.

                   Espero, com sinceridade - o Ver. Paulo Brum também é usuário da Av. Tronco e da Cruzeiro do Sul, trajeto da sua residência, e sabe o que estou dizendo - que não ocorra uma tragédia na Av. Tronco, entre a D. Malvina e Francisco Macena Vieira, porque a avenida pavimentada tem apenas 1,90 m ou 2 m de pavimentação. E desafio qualquer um a me acompanhar e ir lá medir. O acostamento é de chão batido e quando os carros ultrapassam, é pelo chão batido.

                   E o que a Prefeitura fez, até este momento, para tentar sanear e tentar resolver? Uma solução - não vejo solução - foi alargar os acessos nas paradas de ônibus, para que as pessoas não sejam atropeladas.

                   Mas, reconheceram que é grave a situação. tanto é que estão isolando as paradas um pouco para trás.

                   Mas não é essa a solução que a Tronco precisa. A Tronco precisa e tem todas as condições de ser duplicada.

                   Concluindo, Sr. Presidente, quero dizer que vou encerrar o meu mandato vindo uma vez por semana na tribuna para denunciar isso: que o Executivo tome vergonha e assuma essa responsabilidade de duplicar a Avenida Tronco e não aqueles acessos desnecessários na frente da burguesia lá existente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Próximo inscrito é o Ver. Fernando Záchia. Ausente.

                   O Ver. Raul Carrion está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

                   O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. Presidente Ver. Isaac Ainhorn, Srs. Vereadores, demais presentes nesta Sessão. Ocupo a tribuna para falar sobre dois Projetos de minha iniciativa, que se encontram na Pauta, no dia de hoje. Relativamente ao primeiro deles, o Ver. João Dib teceu algumas considerações; e a primeira delas, é no sentido de que a iniciativa do Projeto não cabe à Câmara Municipal, não cabe aos Srs. Vereadores.

                   Como tenho 5 minutos - e agora já nem tanto - queria convidar o Ver. João Dib a buscar na Lei Orgânica, ou na Constituição deste País, ou na legislação deste País, onde é afirmado que não cabe ao Vereador encaminhar esse tipo de Projeto. Quando o Ver. João Dib tiver localizado, pode-me solicitar o aparte que lhe será concedido...

                   Enquanto isso, vou ler na Lei Orgânica e na Constituição os artigos que asseguram esse direito a esta Casa - e não devemos castrar esse nosso direito.

                   Lei Orgânica do Município, art. 56: (Lê.)“Os assuntos de competência do Município sobre os quais cabe à Câmara Municipal dispor, com a sanção do Prefeito, são especialmente: I - Sistema tributário, arrecadação, distribuição das rendas, instituição de tributos, fixação de alíquotas, isenções e anistias fiscais e de débitos.”

                   Não pode haver dúvida, aqui, para qualquer pessoa medianamente preparada, que o art. 56, salvo esquecimento.

                   Mas vamos adiante: poderia em outro artigo ser dito que esta é uma atribuição do Sr. Prefeito: “artigo 94 - compete privativamente ao Prefeito: VII” - que trata da iniciativa de lei, que é o assunto que estamos tratando - “promover a iniciativa de projetos de lei que disponham sobre: a) Criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos, na administração direta e autárquica”. Não tem nada a ver com o que nós estamos tratando! “b) Regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores públicos”. Não tem nada a ver com o artigo que estamos tratando... “c) Criação de estruturação de secretarias e órgãos da Administração Pública”. Tanto pela afirmação positiva quanto pela negativa - não existem problemas para esse projeto.

                   Mas como este Vereador é consciente, é responsável, não é leviano - seja no elaborar os seus Projetos, seja no acusar os demais Vereadores - eu quero ler o Parecer da Auditoria desta Casa sobre o mesmo projeto: “Em razões de normas constitucionais e legais, é vedado à Câmara Municipal a iniciativa de Projetos de Lei que diminuam a receita orçamentária. Contudo, como ficou esclarecido na Exposição de Motivos, a isenção ao cinema, a emissão de filmes nas condições previstas na lei não acarretará decréscimo ao orçamento, porque o aumento da alíquota incidente sobre as atividades e instituições financeiras compensará a isenção retromencionado”.

                   Portanto, a Lei Orgânica é afirmativa: a Auditoria da Casa dá toda razão a este Vereador. Mas, lamentavelmente, o Ver. João Dib pretende que seja cassado o direito deste Vereador encaminhar a esta Casa um Projeto perfeitamente legal! Mas, se for preciso, nós vamos para a Constituição também. E eu estou desafiando o Ver. Dib a me dizer ou citar o artigo seja na Lei Orgânica seja na Constituição onde isto é vedado.

                   Vamos ao conteúdo do Projeto: talvez seja esse o motivo que levou o Ver. João Dib a ficar tão revoltado... O nosso Projeto é o seguinte: um banco paga a mesma alíquota de ISSQN de qualquer outra atividade nesta Casa, salvo naquelas para as quais a Lei define uma alíquota inferior. E este Vereador teve a ousadia de fazer um projeto que determina que os bancos devem parar 1% a mais que os demais mortais desta Cidade! Evidentemente que mexi com interesses muito poderosos; e estes querem impedir, sequer, que esta Casa vote sobre a cobrança de 1% a mais ao ISSQN dos bancos! Os mesmos bancos, que hoje estão cobrando taxas bancárias absurdas e castigando o nosso povo... Mas a Auditoria desta Casa, as Comissões da Casa e o Plenário dará razão àqueles que defendem o povo contra  o povo contra os banqueiros. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Está inscrito o Ver. Elói Guimarães. Desiste. O Ver. Antonio Hohlfeldt está inscrito. Ausente.

                   O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

                   O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu fiquei estarrecido, anteontem à noite, quando num canal de televisão vi e ouvi o Sr. Prefeito eleito, Raul Pont, referindo-se, e peguei o programa no meio e não sei se já estavam muito tempo no assunto, sobre o sambódromo. Fiquei estarrecido, quando ele, com um sorriso irônico, sarcástico, disse que o Projeto estava na Câmara. Referiu-se aí, inopinadamente, de que o Projeto estava parado na Câmara. Bom, paralisado todos sabem que está, mas esperei que ele dissesse o principal: de que paralisado está por uma ação na Justiça, que já transformou-se em sentença judicial na 11ª Vara Federal.

                   Aí eu me indaguei: ou é desconhecimento ou é má-fé? E esperei até concluir aquele assunto de que ele ressalvasse de que estava na Câmara trancado, porque uma ação na justiça, que já tem sentença, assim impedia o prosseguimento do processo. Mas, entre o desconhecimento e má-fé, eu optei pela segunda, má-fé, porque ele referiu-se sem o menor conteúdo de verdade de que era um ano eleitoral. Mas não tem nada a ver o ano eleitoral, pelo contrário, se ficasse aqui o processo para ser votado, eu acredito que justamente por ser ano eleitoral o processo poderia ser aprovado. eu não quero fazer injustiça antes de S. Exa. assumir oficialmente o cargo de alta responsabilidade, de Prefeito desta Cidade. Agora, eu não posso, de sã consciência acreditar que ele não saiba o que todos sabem e que o Vice-Prefeito não sabia: de que o processo está trancado nesta Casa, porque está em decisão judicial. Eu considerei uma aleivosia de S. Exa. quando referiu-se de que era um ano eleitoral. Foi uma infeliz interpretação de S. Exa. querendo dizer à opinião pública, em programa de alta audiência à noite, de que a Câmara por causa de ano eleitoral não tinha se debruçado sobre um projeto que interessa muito à Cidade, que é a questão do sambódromo. Então, sinceramente, S. Exa. o Prefeito eleito, eu gostaria de que ele esclarecesse à opinião pública de que a 11ª Vara Federal deu sentença, transitada em julgado, a respeito de que exige-se RIMA, exige-se uma série de coisas que não foram feitas. E ele disse: agora, a Câmara exige RIMA, coisas custosas, vultosas. Coisas da Lei, Sr. Prefeito eleito, coisas da Lei Orgânica, que é a  nossa Constituição.

                   Então, como primeira manifestação que eu assisti de S. Exa. o Sr. Prefeito eleito, num assunto de alta relevância para a Cidade e para esta Casa, eu fiquei, repito, como disse de início, estarrecido. Porque S. Exa. tem obrigação, como Vice-Prefeito, como Prefeito eleito, de saber de que esta Casa não tem responsabilidades, quando no âmbito do judiciário deslindam-se as questões.

                   Nós só temos uma coisa a fazer, como de resto todos os cidadãos que têm problemas na Justiça: aguardar a soberana decisão das instâncias da Justiça. Até para não dizer que o pronunciamento dele, aquela noite, foi infeliz do primeiro ao último momento, eu vou dizer que no final Sua Excelência declarou que por vontade dele o sambódromo estabelecer-se-ia melhor junto ao Estádio do Internacional.

                   Eu concluo, dizendo que sugestão final dele, dando essa opinião, era de que a Câmara autorizasse os dois lugares e que o Executivo escolheria um dos dois. Até isso podemos aceitar. O que não podemos aceitar, Sr. Presidente, em nome da verdade, é o desconhecimento de Sua Excelência pelas altas funções que exerce, é de que ele atribua à Câmara algo que a Câmara nada tem a ver neste exato momento que é a questão do Sambódromo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, tendo em vista o pedido de licença do Ver. Mário Fraga, eu gostaria de saber se V. Exa. poderia não só votar o pedido como dar posse à companheira Letícia Arruda.

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Requerimento chegado à Mesa, Vereador, não estava devidamente instruído. Ele veio embasado de forma anti-regimental, o que fez com que a Mesa não recebesse e está sendo ultimado nas condições regimentais para que seja apregoado e, daí sim, dar posse à Vereadora Suplente.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

                   O SR. JOÃO VERLE (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria que V. Exa. submetesse ao Plenário a modificação na ordem de votação de uns Projetos, na medida em que existe um Veto de uma renovação de votação cujo prazo está vencido e, portanto, deve ser o primeiro na Ordem do Dia e que, logo após, nós entremos na votação dos orçamentos, começando pelo DEMHAB, que já foi votado e estava nas emendas, depois o da Centralizada. Ficando em primeiro lugar a fls. 6, 42 e 41, ou seja o PLE nº 064/95, o PLE nº 053/96 e o PLE nº 049/96. Depois, a ordem normal.

 

                   O SR. PRESIDENTE: O PLE 64/96, da fl. 06 não é preciso alterar, pois ele já é o primeiro.

 

                   O SR. JOÃO VERLE: Retiro o PLE 64/96.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que, após o Veto, imediatamente, entraremos no Orçamento do DEMHAB, PLE nº 53/96, por força regimental. Por isso, também, dispensa votação por força da orientação que esta Casa já tomou no curso dos trabalhos legislativos deste ano. Colocaremos em votação o seu pedido. Após o Veto e o processo do DEMHAB, entra-se nas folhas 41 e 42.

                   Quando os Senhores Vereadores formularem questões de ordem, gostaríamos que fosse invocado o dispositivo legal no qual se embasam para fundamentar a Questão de Ordem.

                  

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Não posso fundamentar o dispositivo porque não sei o número do artigo.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Excepcionalmente, vamos deferir a V. Exa., mas vamos solicitar a todos os Vereadores a invocação do dispositivo para formular a Questão de Ordem.

 

                   O SR. JOÃO DIB: A votação em andamento pode ser interrompida para que outro projeto seja votado? Estávamos votando o Orçamento do DEMHAB, podemos, agora, votar outra matéria?

 

                   O SR. PRESIDENTE: Como há uma precedência com relação a um Veto, que já esgotou o seu prazo de apreciação, na sua renovação de votação e há apenas a renovação de votação, nós interpretamos no sentido de, primeiramente, apreciarmos o Veto e logo após entrarmos, sem votação, no DEMHAB.

                   Em votação a solicitação do Ver. João Verle que, logo após o exame do processo de folha 6 e 42, por força regimental, imediatamente ingressemos no processo de folha 41.

                   O Sr. João Dib está com a palavra, para encaminhar.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou votar contrariamente porque entendo, tenho absoluta convicção disso, que votação iniciada não pode ser interrompida. Encaminho contrariamente, espero que os nobres Pares o façam da mesma forma. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Sr. Luiz Negrinho está com a palavra, para encaminhar.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que o Ver. João Dib tem razão, encaminho contra, pois estávamos no meio de um processo de votação, pela falta de quórum na Emenda nº 5 foi interrompida a Sessão, e o primeiro processo que deve vir para votação deve ser o PLE 53/96. Encaminho contrariamente. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para encaminhar.

 

                   O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não sei se em nome de todo o PDT, mas afirmo que não houve e não há interrupção da votação, o que foi interrompido foi a Sessão, aquela Sessão acabou. Hoje o Presidente da Casa deve colocar o que deve ser apreciado em primeiro lugar, é um Veto cujo prazo teórico já se esgotou, porque, na verdade, o prazo é o de ingresso na Ordem do Dia, e não o da votação. Esse Veto tem prioridade para a sua votação. Se por acaso o Plenário determinar, em votação, que ele seja votado depois, a final, tudo bem, mas a prioridade é o Veto. Não houve a interrupção da votação, o que houve foi a interrupção da Sessão por falta de quórum, começando tudo de novo. Não será a primeira vez que isso acontece nesta Casa. Estou aqui há 14 anos e diversas vezes isso já ocorreu. Já ocorreu, Ver. João Dib, V. Exa. deve lembrar, às vezes, no meio da votação, os trabalhos são interrompidos para votar requerimentos de licença, e uma série de matérias que são votadas no decorrer da Sessão, porque ao Presidente cabe avaliar a oportunidade da votação de um ou outro requerimento, ou projeto.

                   Com a pequena experiência que obtive nesta Casa, penso que, o Presidente acertou em determinar a votação do Veto, nesse momento, porque, teoricamente, ele tem prioridade sobre os outros. Se o Plenário depois alterar, isso é um outro problema, mas, regimentalmente a Presidência está certa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra.

 

                   O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é bom que a Procuradoria da Casa esteja presente, porque entendo diferente daquilo que foi colocado aqui neste Plenário.

                   A votação, Ver. Zanella, de acordo com o nosso Regimento, não pode ser interrompida. No momento em que ela for interrompida por falta de quórum teríamos que ter uma Sessão que desse seqüência àquela votação. Estamos tendo, na verdade, o início de uma nova Sessão. No meu entendimento, e sei que a Casa, já em outras vezes, decidiu diferente, teríamos que ter uma nova votação do Projeto do DEMHAB, porque aquela votação foi interrompida, e como as votações não podem ser interrompidas, acredito que aquela perdeu a validade, teríamos que fazer uma nova votação do Projeto do DEMHAB, para fazer com que esse Projeto seja votado por completo. Sendo assim, não haveria nenhum tipo de problema que hoje votássemos até mesmo o Veto em primeiro lugar e, posteriormente, votássemos o Projeto do DEMHAB, nada impede que isto aconteça.

                   Eu entendo que aquela votação que tivemos no DEMHAB, na sua primeira parte, ela foi interrompida, perdeu a validade, não poderia ter uma seqüência, pelo menos é o que diz o Regimento da Casa, que as votações não podem ser interrompidas, e aquela votação ficou partida, teve uma primeira parte que votamos e na hora de votarmos as emendas, nós não pudemos mais votá-las. Então, nesse caso, para mim, teríamos que reiniciar o processo de votação novamente, votando o Projeto do DEMHAB, PLE nº 53/96, mas isto não impediria que tivéssemos a alteração da ordem, hoje, da votação das matérias que estão vigorando na Ordem do Dia, tendo uma necessidade de votarmos primeiro o Veto e, posteriormente, votarmos o Projeto do DEMHAB. Esse é o entendimento que tenho do Regimento da Casa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Se bem entendo, o que se discute e se vota é o Requerimento do Ver. João Verle que, simplesmente, ficou resumido a estabelecermos que o Projeto de Lei do Orçamento da Centralizada seria votado logo após a decisão das duas matérias, cuja discussão é se deve ser votado em primeiro ou segundo lugar, ou seja, o Veto, conforme a Mesa informou dizendo que o Projeto das fls. 6 não era suscetível de votação, de vez que o primeiro é prioritário na Ordem do Dia de acordo com a determinação do Regimento da Casa e da própria Lei Orgânica do Município. Inobstante, Sr. Presidente, o levantamento da questão suscitada pelo Ver. Luiz Braz, com base no parágrafo único do art. 172 sustenta que a votação será contínua, e só em casos excepcionais, a critério do Presidente, será interrompida. O critério da excepcionalidade, que é amplo, inclui - nisso a Comissão de Justiça já examinou a matéria - os casos de falta de quórum, onde existe um impedimento de ordem legal para que a votação prossiga. Então, a excepcionalidade, nesse caso, e nos casos, por exemplo, do Código Municipal de Saúde, em que utilizamos cerca de seis Sessões para votar as emendas, e que interrompemos vários dias por falta de quórum, e nem por isso ao retornar foram desconsideradas as votações anteriores, que já haviam aprovado parte da matéria.

                   Ficamos resumidos numa circunstância: o que o Requerimento do Ver. João Verle pretende é que, superados esses dois Projetos, cuja ordem de votação for estabelecida pela Mesa, primeiro a matéria que tem procedência, estatuída no Regimento da Casa; depois, a matéria ainda não conclusa na votação. Que excepcionalmente foi interrompida, porque, excepcionalmente, no curso da votação faltou quórum deliberativo. Aí, então, é necessário que ela se complemente na primeira oportunidade que vier a ocorrer, hoje, aqui e agora. Superado esse impasse que está fora do Requerimento do Ver. João Verle, o de que a precedência para o exame do Projeto do Orçamento da Administração Centralizada, após esses dois Projetos de Lei, que serão, de acordo com a Mesa, votados nesta ordem: primeiro, o Veto, eis que em posição regimental; segundo o Projeto que pela excepcionalidade de ter havido falta de quórum, interrompeu-se e agora temos que voltar a votá-lo. Era isso que eu entendia, Sr. Presidente, razão pela qual vou votar a favor do Requerimento do Ver. João Verle, até porque no meu entendimento a Centralizada teria que ser votada ontem, ou seja, antes, teria que ser a primeira votação a ocorrer, porque é a raiz de todos os outros projetos orçamentários, muitos dos quais já foram decididos e aprovados pela Casa. Era isso que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de informar aos Srs. Vereadores que o que está em votação é o pedido do Ver. João Verle que, logo após o Veto e a continuidade da votação do Processo do DEMHAB, porque estes são de uma decisão da Presidência, seja votado o Orçamento da Centralizada.

                   A Mesa ainda esclarece que, por força de um Parecer da Comissão de Justiça, aprovado por este Plenário, que as matérias que tiveram o seu início de votação, em Sessões que foram interrompidas, na Sessão seguinte, tenham a continuidade normal de votação onde parou. Esta é a interpretação da Comissão de Constituição e Justiça e, além disso, aprovados por esta Casa. Portanto, o que nós vamos colocar em votação, neste momento, é que, logo após a votação das matérias cogentes, seja votado o Processo de folhas 41.

                   Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Verle. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

                   A Mesa comunica que, com base no mesmo entendimento do artigo 161, que teve indeferido o Requerimento de retirada de tramitação de Projeto, de autoria do Ver. João Dib, da mesma forma indefere o pedido do Ver. Antonio Hohlfeldt de retirada de tramitação de Projeto que se encontra em primeira Pauta de discussão.

 

RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 2293/95 - VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 064/95, de desafeta imóvel de domínio municipal, autoriza alienação dessa área ao proprietário lindeiro, independentemente de licitação, e dá outras providências. (Bairro Passo D’Areia).

 

Pareceres

- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela rejeição do Veto Parcial;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela manutenção do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4ª, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- renovação de votação nos termos do Art. 196 do Regimento da CMPA

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em renovação de Votação Nominal o PLE nº 064/95.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): O Veto é Total ou Parcial?

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Veto é Parcial na forma da leitura da fl. 6.

                   Ver. Artur Zanella, o art. 162 versa que não poderão ser retirados da Ordem do Dia os Projetos em regime de urgência. Não há, no dia de hoje, nenhum Projeto em regime de urgência. Conseqüentemente, indefiro a Questão de Ordem de V. Exa.

                   O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar. Desiste.

                   O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para encaminhar.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. O encaminhamento é muito breve apenas para recuperar a memória da Sessão anterior, quando acabamos não concretizando a votação deste Veto.

                   Já houve um contato de nossa parte. O Requerimento de Renovação do Voto do Veto é do Ver. João Dib, porque o Veto, por um equívoco do Executivo, incorreu sobre a redação de um artigo que inexiste. Se o Veto for aceito, vamos provocar uma situação inusitada. Estaremos aceitando o Veto sobre um texto inexistente no Projeto. Em contato com os Vereadores da Bancada da situação, fechamos o encaminhamento consensual no sentido de derrubar o Veto, inclusive com os votos da Bancada da situação, manteremos a redação atual e, posteriormente, o Executivo enviará um novo Projeto, fazendo a modificação necessária para o art. 4, semelhante a outros projetos cujo Veto já foi aceito, porque estava corretamente referido.

                   Então, há uma necessidade formal, diria até institucional, para que não se inviabilize o Projeto em relação ao futuro adquirente da gleba mencionada de derrubar-se o Veto, mantendo a redação aprovada pela Casa que, posteriormente, será modificada por um outro Projeto de Lei que o Executivo enviará, o que foi contatado na Sessão anterior. Sei que todos nós votamos pela derrubada do Veto, viabilizando o Projeto e a modificação virá depois, dentro do encaminhamento, sem maiores problemas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Está com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, para encaminhar.

 

                   O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas para relembrar que, conforme colocamos na Sessão, segunda-feira, fizemos um acordo com o Executivo para devolver este Projeto para que volte com a correção necessária.

                   Então, a Bancada do PT está ciente desse processo e de acordo com o encaminhamento do Ver. Antonio Hohlfeldt. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Mário Fraga solicita licença para tratamento de saúde para o dia de hoje.

                  

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Mário Fraga, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

                  

Em votação o PLE nº 064/95. O Sr. 1º Secretário está com a palavra para proceder à chamada nominal dos Srs. Vereadores. (Após a chamada.) APROVADO o Projeto, por 27 votos SIM, considerando-se REJEITADO o Veto Parcial a ele aposto.

                   Fundamento da Questão de Ordem Ver. Dib?

 

                   O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Art. 94 do Regimento. V. Exa. há poucos momentos declarava que o Requerimento por mim feito foi indeferido por V. Exa. O art. 94 diz que será despachado, de plano, pelo Presidente o Requerimento que solicitar juntada de documentos à proposição em tramitação para fins de instrução deste. Como V. Exa. indeferiu o Requerimento deste Vereador?

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que a letra “m”, do §1º, do art. 94, é juntada de documentos à proposição em tramitação. Dentro da interpretação do Regimento é de documento que V. Exa. pretendesse juntar. A Mesa já deliberou.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Muito obrigado, Sr. Presidente. Não fale mais, porque se não vai dar briga!

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa continuará dando andamento ao processo normal da Ordem do Dia.

                  

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, o meu Requerimento é no sentido de que, após encerrada a votação do orçamento do DEMHAB, votássemos o Requerimento de minha autoria, que solicita Renovação de Votação ao  Projeto que traz o orçamento do DMLU, PLE 51/96, sob pena de não ter efeito.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Vereador, nós recebemos o Requerimento de V. Exa. e deixamos como Requerimento, se V. Exa. entender de fazer justificativa pode usar o seu tempo de encaminhamento. A Mesa informa a V. Exa. que já tinha votado que, logo após o exame do DEMHAB, que é cogente, depois do Veto, vinha a continuidade de um processo de votação que havia sido interrompido, seria votado o Orçamento da Centralizada. V. Exa., com seu Requerimento altera o que tinha sido deliberado pelo Plenário. Evidentemente, de forma legal e regimental, recebe o seu Requerimento e o coloca à consideração deste Plenário, em regime de votação. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. O Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 2499/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 053/96, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB para o exercício econômico-financeiro de 1997. Com Emendas nºs 01 a 26.

 

Parecer

- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 a 26.

 

Observações:

- Projeto submetido à votação com as Emendas aprovadas pela CEFOR (Art. 120, VI, do Regimento);

- 1/3 dos Vereadores poderá solicitar ao Presidente a votação em Plenário de Emenda aprovada ou rejeitada na Comissão (Art. 120, VI e IX, do Regimento);

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo único, do Regimento);

- quórum para aprovação: maioria simples de votos, presentes a maioria absoluta dos Vereadores (Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM);

- O Projeto e as Emendas nº 01, 02, 03 e 04 foram aprovados na Sessão Ordinária de 25.11.96, por 24 votos SIM e 01 voto NÃO, restando, ainda, a apreciação das Emendas nº 05 a 26.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em prosseguimento a votação do PLE 58/96, interrompida na última Sessão Ordinária.

                   A Mesa lembra que ficou estabelecido, por deliberação deste Plenário, soberano, e até manifestação em contrário, no encaminhamento dos Destaques, 2 minutos para cada Vereador, um a favor e um contra, uma vez que são 26 Emendas. Em votação a Emenda nº 05.

                   O Ver. João Verle está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O encaminhamento é no sentido de repetir o que foi dito na Sessão de segunda-feira. A Emenda do Ver. João Dib estabelece dois milhões de reais para os servidores municipais, dos seis milhões de reais previstos para a habitação popular do DEMHAB. Entendemos que são recursos escassos para necessidades múltiplas e que os municipários devem se habilitar junto dos demais moradores da Capital que necessitam desse benefício da habitação popular: não se justificaria um tratamento privilegiado no caso para os municipários, não que sejamos contra, evidentemente, mas que os municipários tem direito, quem sabe até viabilizar, em algum momento, uma linha de crédito específica para habitação aos servidores do Município. Era isso, obrigado.

                   (Revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar o Ver. Reginaldo Pujol.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, nesses poucos dois minutos que, estranhamente, são deferidos para discutir matérias importantes, sustento a minha posição favorável à Emenda proposta pelo Ver. João Antonio Dib de que do total destinado à habitação popular seja priorizado um recurso da ordem de dois milhões de reais para um programa especial que contemple o servidor público do Município. Acho que, de certa maneira, o Ver. João Antonio Dib sonha com a perspectiva de que os funcionários possam ter uma ação específica da Administração Popular que, no meu entendimento, pelas razões que já expus anteriormente, não apresenta, nos seus propósitos, nenhum recurso destinado à produção de novas habitações populares. O Ver. João Dib inclusive retira de obras, de instalações os dois milhões que pretende que sejam utilizados em habitações populares. Quem conhece a situação do DEMHAB que hoje paga locatício elevado, cerca de vinte mil reais mensais para ocupar um imóvel, quando o seu foi desativado por ausência de conservação, sabe que não existe construção de habitação popular e que as obras de instalações acreditamos que sejam, na melhor das hipóteses, para conservar próprios de terceiros, já que ocupam prédio alugado. Então, entre colocar 2 milhões de reais para cuidar de prédios que não são do DEMHAB, eu acompanho o Ver. João Dib, desejando que o Executivo gaste 2 milhões de reais para construir habitações para os servidores públicos municipais. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 5, aposta ao PLE nº 053/96. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 5, por 13 votos SIM  e 16 votos NÃO.

                   A Mesa saúda o futuro Ver. Adeli Sell e o convida para ingressar ao recinto deste Plenário, se assim o desejar. A Mesa neste momento passa a condução dos trabalhos ao Ver. Fernando Záchia, já que esta Presidência receberá, no Salão das Honras, autoridades.

 

                   O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Gostaria que a Diretoria Legislativa me fornecesse por escrito os nomes dos Vereadores que votaram contrariamente à Emenda destinando R$ 2 milhões para habitação aos servidores municipais.

 

                   O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Agregando o Requerimento do Ver. João Dib, peço um Requerimento com os nomes dos Vereadores que votaram a favor dessa Emenda.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Requeiro cópia dos dois Requerimentos para mim.

 

                   O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, como autor da Emenda nº 6, para encaminhar.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fui tomado de surpresa com o tempo que me foi destinado. Então, vai ser quase impossível eu dar um encaminhamento razoável a respeito das Emendas. Eu estava disposto a encaminhar apenas uma Emenda, já que são 21 as da minha autoria, mas com o mesmo objetivo.

                   Vai ficar muito difícil, mas, apenas para tentar esclarecer, essas Emendas do DEMHAB serão recursos para a regularização fundiária de 21 vilas de Porto Alegre, vilas essas que se encontram em situação muitas vezes preocupante para os moradores. Não há uma ação concreta do Executivo no sentido de tentar regularizar essas comunidades. O que este Vereador está fazendo? Está destinando recursos do DEMHAB para que, identificados os problemas, sejam iniciadas, pelo menos, as obras. Por exemplo, o recurso que se está destinando à Vila Cruzeiro é mínimo, mas o essencial tem que ser feito: o saneamento básico e o levantamento topográfico. Isso é a base da regularização fundiária. É o bê-á-bá, e nem isso o Executivo se propõe a fazer.

                   As minhas Emendas têm, exatamente, o objetivo de dar indicação de recursos para determinadas vilas. Eu citei a Vila Cruzeiro porque, ano a ano, principalmente em época eleitoral, aparecem muitos candidatos dizendo que está na Câmara um processo de regularização fundiária. Não estou dizendo nenhuma idiotice aqui. Isso ocorre! No período de eleições há promessas de regularização das vilas. Ou regularizar ou ameaçar de retirar os moradores.

                   Então, o objetivo das Emendas é dar uma luz ao Executivo para que ele, definitivamente, comece a se preocupar com essas comunidades que estão à mercê de todos nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Para esclarecimento ao Plenário: na Sessão passada foi determinado e aprovado, por este Plenário, que somente dois Vereadores poderiam encaminhar, um favorável e outro contrário.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): O Regimento da Casa diz que a decisão da Sessão anterior, limitando o tempo e o número de oradores, era destinado àquela Sessão. A alteração das regras regimentais são excepcionais. E a excepcionalidade é por sua natureza temporal, ela é “extra-temporis”, senão, estaria, por essa razão, o Regimento da Casa rescindido. Não teria razão termos uma regra regimental se vivêssemos na excepcionalidade. Além do mais, a inscrição do autor nunca foi considerada como sendo a favor ou contra, é o autor e tem que justificar. Além do autor, um sustenta a favor e outro contra, no exagero de ser mantida uma deliberação que foi para a Sessão anterior e não para essa.

                  

                   O SR. PRESIDENTE: No início desta Sessão foram determinadas as regras e aceitas pelo Plenário, não foi na Sessão anterior e sim nesta. Na questão do autor, entendo que está correto. Encaminha o autor, um contrário e um a favor.

 

                   O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Seguindo a seqüência das posições de hoje, me lembro quão zelosa era a posição do Ver. Isaac Ainhorn, no ano passado, quando este Vereador era Presidente, no sentido de se seguir o Regimento. E o Ver. João Dib hoje disse que ninguém tiraria a palavra do Ver. João Dib, eis que seria uma voz sensata falando. Acredito que a decisão de tirar o tempo das Lideranças para se posicionar é uma decisão que, no mínimo, fere o Regimento.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Ver. Airto Ferronato, o Plenário é soberano e decidiu. O Ver. João Verle está com a palavra.

 

                   O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver. Luiz Negrinho apresentou 21 Emendas semelhantes destinando recursos para regularização de 21 vilas, dentro da dotação PRÓ-MORADIA. Importante esclarecer, e nós até pedimos uma votação em bloco mas na Sessão anterior que foi considerado anti-regimental, portanto vamos votar uma a uma. Apesar da ameaça de encaminhamento em cada uma delas nós certamente cumpriremos com a nossa responsabilidade.

                   A carta-consulta encaminhada à Caixa Econômica Federal, que foi discutida exaustivamente com o Orçamento Participativo, estabeleceu as vilas que serão objeto dessa regularização. Por coincidência a Vila Cruzeiro que Ver. Luiz Negrinho relacionou, embora não seja o caso desta Emenda, está contemplada. Então, são oito milhões que o Ver. Luiz Negrinho resolve destinar, de um total de 14.645.000,00, sendo 10 milhões de recursos da Caixa Econômica Federal e quatro milhões seiscentos e quarenta e cinco mil de contrapartida do Município.

                   Proximamente chegará aqui um projeto pedindo autorização desta Casa para contrair esse empréstimo para essa finalidade. Portanto, fica totalmente prejudicada - embora bem intencionada - a disposição do Ver. Luiz Negrinho de destinar para outras vilas esses recursos.

                   Dentro dos minutos que me restam, vou citar rapidamente as vilas: N. Sra. de Belém, Beco do Adelar, Vila Esperança, Vicente Monteggia, Cruzeiro, Cristal, Vila Pelin, Mato Sampaio, Vila Tronco, Monte Cristo e por aí afora, incluindo o número de famílias que serão beneficiadas. Por isso, vou encaminhar somente esta vez, as razões das demais são as mesmas e espero que os Srs. Vereadores votem contra essas Emendas do Ver. Luiz Negrinho. Sou grato.

 

(Revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as Emendas do Ver. Luiz Negrinho podem até, tecnicamente, apresentar algumas dificuldades, mas têm um grande significado. Acho que é chegado momento de, quando se vota o Orçamento, nesta Casa, nós que temos prerrogativa, colocarmos as nossas posições e as nossas prioridades.

                   Se tecnicamente tem alguma dificuldade, materialmente, quem tem dúvidas de que o colocado pelo Ver. Luiz Negrinho, no Projeto, na Emenda, é absolutamente correto? Alguém tem dúvidas? Alguém retiraria das prioridades duma administração municipal o que está escrito na Emenda do Ver. Luiz Negrinho? O que o Ver. Luiz Negrinho quer é que alguém defina quem está deixando esse rol de vilas a sua própria sorte não é a Câmara de Vereadores. Esta Câmara vai hoje dizer que, no seu entendimento, pelo menos tenho esperanças que assim o diga, elas seriam beneficiárias da ação do Executivo, da ação do Município, da ação e do emprego das verbas públicas que, por decisão, não da Câmara Municipal, e sim de quem entendeu elaborar o Orçamento de forma diferente, entendeu deixar esse elenco de 21 vilas, situadas pelo Ver. Luiz Negrinho, à margem da atenção do Município, no ano eleito como sendo o ano da habitação popular na Cidade de Porto Alegre.

                   Não vou gastar muito tempo para dizer que voto com o Ver. Luiz Negrinho que, se tecnicamente possa ser criticado pela forma com que apresentou as Emendas, na essência, no objetivo, no que diz de importante à vida deste Legislativo, ele está oferecendo a oportunidade para que se dê um brado de independência. A Câmara, quando tem oportunidade, e só tem quando vota o Orçamento, quer mostrar que tem independência e que quer influir no destino da Cidade, priorizando na aplicação de recursos do Município esses conjuntos, essas vilas, esses locais, que nas 21 Emendas subseqüentes, foram indicadas pela sensibilidade do Ver. Luiz Negrinho. Nós votaremos a favor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 6 ao PLE nº 53/96. (Após a chamada.) REJEITADA por 10 votos SIM, 16 votos NÃO.

 

                   O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, comunico a esta Casa que há poucos minutos o Ver. Milton Zuanazzi soube da perda de um parente muito próximo. Sei que S. Exa. terá que se afastar para as cerimônias fúnebres e gostaria que a Casa registrasse os pêsames ao Vereador.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe a formulação de V. Exa. e associa-se a essa manifestação interpretando o sentimento geral de todos os Vereadores em manifestação de pesar por falecimento de parente de sua família. Nossos sentimentos, Ver. Milton Zuanazzi.

                   O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a favor da Emenda nº 7. Outrossim, informamos que o Ver. Airto Ferronato encaminhará contra e o Ver. Luiz Negrinho, como autor. Esta Presidência comunica que no dia de hoje, dando continuidade aos trabalhos, logo após o prazo regimental, nós votaremos a prorrogação da Sessão e, após, a prorrogação por mais duas horas, deveremos convocar Sessão Extraordinária durante a noite.

 

                   O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu aproveito este momento de encaminhamento para cobrar da Mesa novamente uma atitude com relação ao descumprimento, por parte do Executivo, de um dispositivo da LDO que obriga o Executivo a mandar para esta Casa um plano de investimentos. Vem a esta tribuna o Ver. João Verle com um papel na mão, que eu não sei se contém alguma decisão do Orçamento Participativo com relação à destinação de verbas. Só que, nem o Ver. Luiz Negrinho, nem eu, nem este Plenário conhece, ninguém sabe para quem o Orçamento Participativo mandou os recursos do Município. O Ver. José Valdir diz que é para o povo. Mas que povo é esse? É uma parcela reduzida da população que assessora o Sr. Prefeito Municipal fazendo com que haja ditadura com os investimentos que são feitos neste Município e essa ditadura está sendo respaldada por esta Casa, quando nega a um Vereador que ele possa fazer indicações dos recursos para as suas comunidades ou para quem ele acredita que está necessitando que esses recursos cheguem para fazerem as melhorias necessárias.

                   O Ver. Luiz Negrinho quer que o recurso chegue, por exemplo, para a Vila Pedreira, na Rua Ursa Maior. É uma comunidade que ele conhece, ele sabe, acompanha o sofrimento daquele pessoal, então, por isso ele está indicando recursos para lá. Ao invés deste Plenário se voltar contra aqueles que querem fazer ditadura neste Município, se voltar a quem está descumprindo a Legislação não mandando aqui para esta Casa o Plano de Investimentos para continuar trabalhando no escuro, trabalhando sem que ninguém tome conhecimento. Não! Esta Casa, muito ao contrário, volta-se contra um Vereador que tenha de maneira clara indicar recursos para uma comunidade que está necessitando.

                   Então, nós encaminhamos favoravelmente a esta Emenda como também a todas as Emendas apresentadas pelo Ver. Luiz Negrinho, porque acreditamos que essas Emendas tratam esses recursos de maneira clara, enquanto o Executivo trata os recursos do Município de uma maneira oculta, escondendo no bojo do Orçamento Participativo que até agora só serve para consubstanciar essa ditadura vergonhosa que temos aqui na nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 07.

 

                   O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dois minutos é pouco até para começar a falar da lamentável omissão do Executivo, quando não encaminha para a Câmara uma proposta extremamente modesta, que este Vereador apresentou. Se houve discussão no Orçamento Participativo, por que o Executivo não traz até a Câmara o que decidiu? Por que esconder? Deixar para quem? A Câmara, que tem a palavra final, tem que saber o que vota. Diga-se o que bem entender, mas o Executivo sabe que tem que informar; não quis mandar para esconder, para fazer uma pequena campanha política como sempre fez.

                   Agora, o Ver. Luiz Negrinho apresenta vinte Emendas para regularizar vilas lá no Cristal, o que é importante, justo e correto, a Emenda do Ver. Raul Carrion estabelece que se deve dar prioridade a atividades de urbanização de vilas. Esta Emenda foi aprovada, e eu não estava presente. Esta Emenda é muito genérica. Se existem dificuldades lá no Bairro Cristal, também, existem dificuldades lá na Zona Norte, na Sul, na Oeste. É impossível retirar oito milhões de um Orçamento de treze para direcionar para uma região só. Por isso vou votar contra essas Emendas.

                   A omissão do Executivo também compensou. Por que ele não nos mandou a informação? Eu não sei e queria saber. É uma Lei aprovada pela Câmara, e o Executivo deveria cumprir para que nós soubéssemos o que estamos votando.

                   Sobre as emendas, digo que a do Ver. Luiz Negrinho é genérica e as outras vinte, para uma área só, acho exagerado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Negrinho, encaminha como autor.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Luiz Braz fez um discurso que passou totalmente despercebido. Tenho observado que os nobres colegas apenas estão deixando o tempo passar, ninguém está interessado em nada. É verdade! Enquanto o Ver. Luiz Braz falava, havia um Vereador falando outra coisa ali, grupinho discutindo outras coisas aqui, menos o que é essencial para a comunidade, para a sociedade, para esta Câmara, que sempre vota o Orçamento sem saber o que realmente vai ser feito na Cidade. Essa é uma preocupação que sempre tive, sempre cobrei, porque vem para cá o valor para as secretarias e não sabemos qual o destino.

                   Esclareço ao Ver. Airto Ferronato, não é somente na Zona Sul, existem algumas vilas, como a Vila Margarita, em que o Orçamento Participativo daquela região optou pela retirada dos moradores. Eu vim aqui nesta tribuna, mobilizamos a comunidade. Em relação ao Jardim Morumbi, que era, e é dos poderosos, resolveram fazer uma reunião de decisão num dia de chuva, sabendo que aquela população não poderia ir, onde elegeram os seus representantes. Essa é a forma como o PT administra esta Cidade. Eles marcaram a reunião num dia de chuva e foram avisar no mesmo dia, eu sei disso porque eu estava lá, e decidiram que aquela comunidade deveria sair. O Orçamento Participativo, eleito pelo povo, naquela comunidade sequer tinha um representante. E hoje o Executivo diz o seguinte: “Vamos tranqüilizar os moradores, ninguém mais vai sair daqui”.

                   O que eu quero é que sejam determinados recursos para tranqüilizar essas comunidades, não fique esse ato autoritário e de terrorismo que o Executivo usa para ameaçar em época de eleição: “Se não votarem no PT nós vamos tirar vocês daqui”. É assim que funciona. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

                   O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): A platéia que está aqui já se manifestou várias vezes e noto que a Mesa não tomou nenhuma medida. Estamos ouvindo aplausos e apupos neste Plenário, e acredito que os Vereadores têm liberdade de manifestação na tribuna.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A liberdade plena da manifestação e da palavra no exercício da atividade parlamentar está assegurada por esta Presidência e pela Mesa Diretora. Nós, pela primeira vez, fomos solicitados a tomar medidas, por uma manifestação de V. Exa., e deixamos clara a nossa advertência, na condução dos trabalhos, de que não permitiremos, sob qualquer hipótese, quaisquer manifestações de palmas, apupos ou vaias. Caso venham a se repetir, nós determinaremos a evacuação do Plenário, mas tenho certeza de que isto não será necessário, porque as pessoas que assistem aos trabalhos irão colaborar.

                   Informamos ao Ver. João Dib que a Convocação Extraordinária à noite deve-se à imperiosa necessidade de votarmos, com tranqüilidade, ainda no dia de hoje, matéria de natureza orçamentária que é fundamental e que, pela sua importância, está trancando todo um complexo de projetos de lei, o que, naturalmente, conduzirá a um atraso nos trabalhos. Isso nos obriga a fazer uma Convocação Extraordinária à noite e, se necessário, nos próximos dias, fora do horário normal das Sessões.

                   Em votação a Emenda nº 7, ao PLE nº 53/96. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda por 9 votos SIM e 18 votos NÃO.

                   Em votação a Emenda nº 08. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero cumprimentar os servidores municipais sentados ali atrás, que aplaudiram a rejeição da Emenda nº 07, que dava a eles a oportunidade de ter a sua própria habitação, visto que é muito difícil mandar alguém que tem fome distribuir alimento. Provavelmente os servidores municipais que ali estão sentados não estejam famintos, mas os outros, que estão trabalhando? Eu acho que, na realidade, é muito difícil votar, pois eu mesmo, para que se vote o Orçamento para o qual a Câmara está sendo convocada extraordinariamente, tenho dúvidas sobre os 13% da saúde; tenho dúvidas sobre a possibilidade de empréstimos a serem realizados neste ano, e até foi anunciado agora, pelo futuro Diretor do DEMHAB, um empréstimo a ser encaminhado à Casa; tenho dúvidas sobre todas as coisas e, por isso, me coloco ao lado do Ver. Luiz Negrinho, que numa coisa não tem dúvida: ele quer que aqueles desassistidos, esquecidos pela Administração da Prefeitura, tenham uma oportunidade, que a Prefeitura faça projeto, com um levantamento topográfico, alguma coisa em matéria de saneamento. Isto é possível de se fazer com recursos mínimos, mas a Administração que aí está só o sabe fazer com milhões. A Administração que aí está deixou sobrar, no ano que passou, 10 milhões de reais, e pode até se vangloriar, como realmente o fez, de que o orçamento foi superavitário. Provavelmente, este ano sobre mais, porque, há pouco tempo, o Prefeito tinha 60 milhões de reais, Ver. Luiz Negrinho. Quantas obras poderiam ser feitas nas vilas da nossa Cidade?

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, anteriormente, quando o Ver. Isaac Ainhorn presidia os trabalhos, houve uma Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz, pedindo para que o Presidente coibisse a manifestação do Plenário que, aliás, não houve, porque hoje este está muito comportado. O Ver. João Dib fez um pronunciamento, provocando o Plenário que está assistindo, inclusive com informação errada de que são funcionários quando, na verdade, são representantes do Orçamento Participativo. Eu peço que a Mesa chame a atenção, com a autoridade que lhe cabe, dos Vereadores para que não façam esse tipo de provocação e depois V. Exa. reclame quando o Plenário se manifesta. Obrigado.

 

                   O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Era só isso, Vereador? Este Vereador quando preside os trabalhos, não precisa de orientação do Plenário.

                   O Ver. Henrique Fontana está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu encaminho não me restringindo à atual Emenda nº 8, mas ao debate glorioso que estamos fazendo, hoje à tarde, e me dirigindo especialmente aos argumentos que o Ver. Luiz Braz utilizou da tribuna.

                   O Ver. Luiz Braz explicava que seria correto a Câmara de Vereadores sustentar essas Emendas que destinam verbas para a comunidade A, B ou C, porque são comunidades realmente necessitadas. Agora, a minha pergunta é a seguinte, Ver. Luiz Braz: e as outras comunidades que participaram de um intenso processo de mobilização, organização e debate para conquistar estes recursos do Orçamento Participativo, para executar estas obras de regularização ou outras obras habitacionais, são ou não comunidades que necessitam? Qual o critério para definir qual a que mais necessita? Seria V. Exa. que teria o critério do dom divino de definir qual a que necessita ou não? Não! É preciso fazer um debate que inclua a população, porque se todos os Vereadores apresentassem oito milhões de reais como o Ver. Luiz Negrinho apresentou Emendas, nós precisaríamos 250 milhões de reais só para atender as Emendas dos Vereadores! Como se faz um Orçamento assim? Por que o Ver. Luiz Negrinho sabe mais do que eu das necessidades das comunidades? Ou mais do que o Ver. João Dib? A mais do que V. Exa.? Ou mais do que o Ver. Pedro Américo Leal? Ou mais do que o Ver. Dilamar Machado? E é por isto que a lógica das Emendas que carimbam recursos para a comunidade, sem participar do debate que define as prioridades ouvindo a comunidade, caiu na falência que caiu no Congresso Nacional. É por isso que, lá, as Emendas ao Orçamento eram Emendas de cunho clientelista, eram Emendas de cunho a garantir espaço político naquilo que se acostumou, infelizmente, a chamar neste País, de curral eleitoral. Pois a lógica que altera a discussão do Orçamento do Município, ao contrário do que diz V. Exa., não é a lógica da ditadura, é a lógica da modernização da democracia, Ver. Luiz Braz. Por isso, eu voto contra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, para encaminhar.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu ilustre amigo Ver. Henrique Fontana não foi feliz na sua vinda à tribuna. O que levou a causar alguns suspiros no nosso Plenário.

                   Eu não posso concordar com os argumentos do seu pronunciamento, dando a entender que estas Emendas todas seriam de uma região onde este Vereador tem uma atuação política. Se observar bem verá que lá em cima no Jardim Alto Petrópolis também tem uma vila que necessita de socorro do Executivo, e que está numa iminência de ser retirada porque os ditos conselheiros (militantes do PT) entenderam que aquela comunidade melhor aquinhoada tinha que valorizar os seus imóveis retirando aquela vila. Lá decidiram que a Vila Margarita deveria sair e ali iria ser construída uma praça. O discurso é uma coisa e a prática do Executivo é outra. O Ver. Henrique Fontana foi muito infeliz quando disse que conhecimento tenho eu melhor que outro Vereador citado aqui. Com toda a certeza, ninguém desses que ele citou nasceu dentro de uma vila. Ninguém. Eu nasci dentro de uma vila. Eu sobrevivi a toda a marginalidade de uma vila. Eu posso dizer, com certeza, que conheço as vilas. Quem é que nasceu em uma vila, como a Vila Cruzeiro de Porto Alegre? Vêm com idiotices aqui. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Quero fazer uma colocação ao Plenário. Não vou permitir o excesso na passagem do tempo. V. Exas. detenham-se ao Regimento e cumpram-no.

                   Em votação a Emenda nº 08, ao PLE nº 053/96. (Após a chamada.) REJEITADA, por 10 votos SIM, 17 votos NÃO.

                   Em votação a Emenda nº 09 ao PLE nº 053/96.

                   O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, preciso explicar por que estou votando contrariamente às Emendas do Ver. Luiz Negrinho e a todas as Emendas nesse sentido, o que não significa que eu esteja aprovando a prioridade que foi dada aos investimentos.

                   Entendo ser louvável a posição sustentada pelo Ver. Negrinho, que busca, para a sua área ou para outras, recursos do orçamento. Mas qual seria o critério adotado pela Casa para esse tipo de procedimento? Nesse sentido, entendo que o Plano de Investimentos e Obras é matéria afeta ao Executivo e é de essência administrativa do Executivo. Ao Legislativo corresponde autorizar e estabelecer os limites dos créditos com os quais a Administração fará seus investimentos.

                   Então, quero deixar clara a minha posição: entendo que o Executivo tem, pela sua natureza de administração de Poder Executivo, a disponibilidade de aplicação das verbas onde entender, segundo a sua sensibilidade. Parece-me que a Câmara não pode interferir nessa decisão. O Governo Municipal entregou ao denominado Orçamento Participativo, se esses integrantes são do PT ou não, para mim, do ponto de vista formal, é absolutamente irrelevante. O Executivo poderia chegar aqui com o seu plano de obras dizendo que vai aplicar na Vila A ou B e não na Vila Cruzeiro. E à Casa caberia votar, sim, esses limites, autorizar. Por isso, Ver. Luiz Negrinho, quando voto contrário às Emendas de V. Exa. eu não quero dizer que as questões urbanas do bairro de V. Exa. não são prioritárias em relação às outras, é só para que não me crie constrangimento por se estar votando desta maneira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Encaminha a favor o Ver. Dilamar Machado.

 

                   O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no bojo do discurso do Ver. Elói Guimarães eu também quero explicar porque estou votando a favor. Primeiro, por respeito à figura política do Ver. Luiz Negrinho. E porque dirigi o DEMHAB e sei que estamos votando nada para nada. são 8 anos que acompanho o trabalho do DEMHAB e não culpo seus diretores, até desejo sorte ao Ver. João Verle. Não havia recursos mesmo, nunca teve. O orçamento do DEMHAB é uma fantasia, a maior parte é para pagar servidores. Agora, aproveito a presença, do meu ponto de vista, gloriosa, do Orçamento Participativo nesta Casa para requerer, Sr. Presidente, que V. Exa. me explique, posteriormente, quando da votação deste Projeto que deu entrada ontem aqui na CMPA, concedendo um reajuste de 53% aos secretários municipais de Porto Alegre, e concedendo o mesmo vencimento de 3.900 reais (...)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Ver. Dilamar Machado, asseguramos o tempo de V. Exa. V. Exa. foi para a tribuna para encaminhar a Emenda do Ver. Luiz Negrinho.

 

                   O SR. DILAMAR MACHADO: E é o que estou fazendo, encaminho favoravelmente à Emenda do Vereador, e estou me antepondo a todos os argumentos que determinam que o que o Vereador quer alterar foi determinado pelo Orçamento Participativo. Os servidores do Município tiveram a bimestralidade de 0,29%: para um salário de 300 reais não chega a 1 real de aumento. Quero que se junte a esse processo o Parecer do Orçamento Participativo autorizando esta Casa a votar 53% de aumento para Secretários e assessores do Prefeito, que vão para um salário de 3.900 reais. Digo aos companheiros do Orçamento Participativo: dêem um parecer favorável a esse aumento e voto a favor. Não sou contra a que ganhem bem, sou contra a hipocrisia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou, rapidamente, tentar mostrar da tribuna que a prática e o discurso são bem diferentes. Quem conhece a Vila N. Srª do Brasil? Todos devem conhecê-la, porque é uma vila populosa da região da Grande Cruzeiro. Todos os anos, principalmente em época de eleição, todos, sem exceção, candidatos a Vereador, a Deputado, a Senador, a Prefeito, são obrigados a passar pela Vila N. Srª do Brasil.

                   Apresento uma Emenda de 300 mil reais num universo de 14 milhões. Um terço, praticamente, da Grande Cruzeiro mora na Vila N. Srª do Brasil. Trezentos mil reais para a regularização fundiária, levantamento topográfico, projetos, saneamento básico e abertura de vias. Trezentos mil reais! É o mesmo que o Executivo gastou ou um pouco menos da metade que gastou para “consertar” o Viaduto Obirici trezentos mil reais. A população da Vila Nossa Srª do Brasil é em torno de trinta mil que precisa, urgentemente, da sua regularização. Era isso.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 09, aposta ao PLE nº 053/96. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 09 por 09 votos SIM, 15 votos NÃO, com Declaração de Voto do Ver. Reginaldo Pujol. (Lê.)

                   “Declaração de Voto

                   O não cumprimento de dispositivos legais que foram consubstanciados na LDO e que impõem ao Executivo que remeta a Câmara até 01 de novembro a relação dos investimentos a serem executados no orçamento do Ano Posterior, valida as várias Emendas do Vereador Luiz Negrinho.

                   De outro lado, esta Casa perde, no dia de hoje, a oportunidade de, efetivamente, influenciar na vida político-administrativa da Cidade.

                   A própria redução no tempo de discussão é uma renúncia ao direito supra referido.

                   Assim ao votar nas Emendas do ilustre Ver.Luiz Negrinho, faço no exercício de um indeclinável dever de buscar, na prática contribuir, objetivamente, no estabelecimento das prioridades do Município.

                   Sala das Sessões, 27/XI/96.”

                  

Discussão Geral da Emenda nº 10, de autoria do Ver. Luiz Negrinho.

                   O Ver. Raul Carrion, está com a palavra para encaminhar contra.

 

                   O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. E Sras. Presentes na Sessão. Nós também achamos importante, em nome da Bancada do PC do B, manifestar porque estamos votando contrariamente ao conjunto das Emendas do Ver. Luiz Negrinho, respeitando evidentemente a sua iniciativa.

                   Nós queríamos dizer, inicialmente, que aprovamos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, pela primeira vez, um percentual de 4% para habitação, abrindo um precedente extremamente importante, que esperamos que no próximo ano possa chegar a cinco por cento ou mais. No orçamento, propriamente dito, nós aprovamos, com apoio dos demais Vereadores, quatro Emendas transferindo através de duas delas, o que está no Plano de Obras.  Plano de Obras que nós só conseguimos, através da participação dos  nossos companheiros no Orçamento Participativo. Através dessas Emendas nós destinamos dois milhões para regularização fundiária e, com uma Emenda posterior aumentamos em mais duzentos mil; destinamos 200 mil para o Banco de Materiais e depois aumentamos para 250 mil. Por que? Porque nós entendemos, por um lado, que é preciso que venha a esta Casa o Plano de Obras; na votação da LDO nós defendemos isto; inclusive pedimos uma renovação de votação, e na renovação de votação, vencemos. Infelizmente, até hoje o Plano de Obras não veio. E por que nós queremos o Plano de Obras? Para que esta Casa consigne em lei aquilo que a população aprovou no Orçamento Participativo e, se possível, aumente as assignações para as prioridades. Nós achamos que com todos os seus defeitos - e os temos criticados - o Plano aprovado no Orçamento Participativo deve ser levado em conta. Achamos que a Emenda do Ver. Luiz Negrinho destina as verbas de uma forma incorreta. Vejam bem: dos R$ 8 milhões totais, R$ 6.900 mil destinam-se somente à Zona Sul, R$ 600 mil para o Alto Teresópolis e R$ 500 mil para o Alto Petrópolis. Achamos que a definição através do Orçamento Participativo permite um melhor encaminhamento. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, historicamente, ao longo de 14 anos de presença nesta Casa sempre me opus a esse tipo de Emenda. No entanto, dois motivos me levam a, neste ano, mudar minha posição.

                   O primeiro motivo é o fato do descumprimento, por parte do Executivo Municipal, da determinação contida na Lei de Diretrizes Orçamentárias da Casa, artigo de autoria do Ver. Airto Ferronato, aprovado pela CEFOR, aprovado pelo Plenário da Casa, vetado pelo Sr. Prefeito, Veto derrubado pela maioria da Casa, homologado pelo Presidente do Legislativo Municipal e, portanto, Lei vigente. Até por uma questão de lealdade, o Ver. João Verle dizia, em uma reunião, que não seria cumprido, porque, alegava ele, não havia condições, segundo informações que lhe haviam sido passadas, de serem cumpridas, do ponto de vista do Orçamento Participativo.

                   O Ver. João Verle tentou uma negociação, que eu fui um dos fiadores, e ele vai fazer justiça nesse sentido, pois deverá confirmar o que agora digo. Agora, ele diz “se tentar”, mas não diz nem que era proposta do Ver. Airto Ferronato, nem admite a posição radical do Partido dos Trabalhadores em não enviar isso na data aprazada.

                   Não tenho nada contra o Orçamento Participativo, pelo contrário, sou favorável, mas não posso admitir que invertamos hierarquia. Quem vota é esta Casa. Quem decide prazo e cronogramas é esta Casa. O Orçamento Participativo decide o seu cronograma no seu âmbito. Esta Casa decide o seu cronograma no seu âmbito, mas sempre colocando os interesses da Cidade em primeiro lugar. O Prefeito, acima de tudo, obedece a esta Casa. É isso que diz a Lei Orgânica do Município, obedece ao Orçamento Participativo dentro das prerrogativas e que, no meu modo de ver, a Administração Popular, no seu modo todo particular instituiu, e, como todo mundo sabe isso se dá na medida das suas relações.

                   Como se descumpre isso, - e não só neste caso, mas uma dezena de outros casos, como já muitos dos Srs. Vereadores puderam constatar - eu, como posição política de protesto, voto favorável a todas as Emendas. Entendo que é, realmente, importante que a Casa firme a autonomia do seu poder específico com ou sem pressão da Mesa quanto ao tempo a ser dado a cada Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, para encaminhar, como autor da Emenda.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pelo desenrolar dos trabalhos já deu para observar que nenhuma dessas Emendas será aprovada na tarde de hoje.

                   Então, eu quero usar este tempo de encaminhamento para solicitar ao Sr. Presidente e à Assessoria a cópia da Declaração de Voto do Ver. Reginaldo Pujol - ao Projeto anterior - e solicitar o resultado das votações, por escrito, de todas as Emendas com os nomes dos Vereadores que votaram contra, dos que votaram favoravelmente e dos que não votaram.

                   Vou procurar, a partir de agora, não mais encaminhar, para que a Sessão tenha o seu ritmo mais acelerado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere, de plano, e solicita à Assessoria que dê um xerox da Declaração de Voto do Ver. Reginaldo Pujol ao Ver. Luiz Negrinho.

                   Este Vereador não estava presente quando foi decidido, pelo Plenário, que a discussão das Emendas seria por meio de um encaminhamento favorável, um contra, com 2 minutos para cada um, bem como para o autor da Emenda. Assim eu respondo ao Ver. João Motta.

                   Informo ao Plenário que, em vez de ler toda a Emenda, eu vou ler apenas a sua justificativa, para que possamos ganhar tempo.

                   Em votação a Emenda nº 10 aposta ao PLE 053/96 (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda, por 8 votos SIM e 18 votos NÃO.

 

                   O SR. JOÃO VERLE (Requerimento): Sr. Presidente, das 21 Emendas já votamos 5, faltam 16. Assim, requeiro que, após ouvido o Plenário, as 16 Emendas restantes sejam votadas em bloco e que na votação dessas Emendas voltemos ao tempo regimental de 5 minutos e que todas as Bancadas possam encaminhar. Assim, teremos oportunidade de expressar nossos argumentos e fazer uma única votação. Fomos informados pela Procuradoria da Casa que é legal e regimental.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Ver. João Verle, A Mesa, assessorada pela Diretoria Legislativa, entende que o Requerimento para que fossem votadas uma a uma das Emendas foi deferido de plano porque havia 11 assinaturas. Para votarmos em bloco as 16 Emendas que faltam nós colocamos a decisão ao Plenário, que é soberano.

 

                   O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): O Sr. Presidente considera legal e regimental a votação em bloco ou não?

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Assessoria Legislativa informa que todas têm parecer idêntico e, por isso, podem ser votadas em bloco. É legal e regimental.

 

                   O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, havendo destaque para todas elas, caso eu queira votar duas favoravelmente e as demais quero votar contra. Como faria?

 

                   O SR. PRESIDENTE: Respondendo a V. Exa. o art. 179 diz: “a votação proceder-se-á na seguinte ordem, ...” No art. 7º, sobre Emendas em grupo, letra a: com parecer favorável; letra b: com parecer contrário. Quer dizer, se todas têm o mesmo parecer, podem ser votadas em bloco.

 

                   O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, evidentemente que estamos diante de um impasse. Sempre que a Mesa e o Plenário entrarem num impasse, a não ser que o Plenário, majoritariamente, se manifeste pela legalidade, pelo que diz o Regimento, que combina duas letras num artigo, a saída é uma saída política.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a V. Exa. e informa que tínhamos o Parecer da Procuradoria que dizia que podiam ser votadas em bloco, no Requerimento anterior. E informa a V. Exa. que estivemos encaminhando as Emendas, com um encaminhamento favorável e outro contra.

                   Informa-me a Assessoria Legislativa, e também é o pensamento deste Vereador, que no caso em tela, Ver. João Verle, só se houver o consenso do Plenário. Porque entende este Vereador, que, se um Vereador estiver contrário a um Requerimento, já que o Requerimento anterior foi aprovado pelo Plenário, nós não poderemos mudar as regras do jogo.

 

                   O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, é a segunda vez que apresento o Requerimento, apenas entendi que depois da experiência das cinco primeiras eu ia encontrar consenso, não encontrei, retiro o meu Requerimento.

 

                   O SR. PRESIDENTE:  Obrigado, Vereador, pela compreensão.

 

                   O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): A decisão da Presidência é sábia.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 11 ao PLE 53/96. O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra.

 

                   O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu ouvi com atenção, até agora, os encaminhamentos formulados. Discordo de alguns e concordo com outros. Queria fixar a minha posição. Entendo que não se trata de interpretar a orientação do Orçamento Participativo ou não.

Segundo ponto, entendo que o Ver. Luiz Negrinho, no seu intento, manifesta uma insurreição política que concordo, no sentido de que deveriam as obras ser dadas a conhecimento desta Casa para sabermos exatamente as contemplações gerais da Cidade.

O terceiro ponto, para mim o ponto crucial e que dá a intenção do meu voto contrário, é que se houvesse um consenso e junto com todas as diferenciadas vilas e periferia desta Casa para homogeneamente dispensarmos a regularização de A, B ou C, de acordo com toda a distribuição eqüitativa da Cidade, aí, sim. Agora, por mais bem intencionada e como ressurreição política válida do Ver. Luiz Negrinho, nesse ponto eu lhe dou toda a razão e força, não tem o princípio da eqüidade porque ele escolheu a maioria que tem a sua representatividade política e que há carência de dedicar às tais vilas da Zona Sul, de resto da Zona Leste. Mas eu diria, e a homogeneidade da Cidade e as da Zona Norte, Nordeste e tantas outras? Por esse princípio de não atingir eqüitativamente a Cidade nós não podemos contemplar A, B ou C e não contemplar D, E e F. Por isso acho que não há justiça, e embora o seu esforço, protesto que é válido, discordamos do encaminhamento parcial das questões que são globais da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sou tranqüilamente co-autor com o Ver. Luiz Negrinho nessas proposições, porque estou apoiando sistematicamente as Emendas propostas pelo Ver. Luiz Negrinho, porque observo nelas algo muito mais relevante do que a mera circunstância de que este ou aquele conjunto habitacional, esta ou aquela vila popular seja efetivamente atendida. As Emendas do Ver. Luiz Negrinho estão incluídas numa Declaração de Votos que juntei ao processo, acompanhando um voto dos meus, favoráveis, diz respeito à própria essência da vida deste Legislativo, que vive reclamando do que não opina, que vive reclamando que é embrulhado nessas nuanças de modernização do processo democrático de que nos fala o futuro Secretário da Saúde e que, na verdade, é um jogo muito bem ordenado e que pode, até que tecnicamente, não ser atacado pela Emenda do Ver. Luiz Negrinho da forma mais adequada, mas que, na essência, ele está exercitando aquilo que todos nós teríamos que exercitar, o nosso dever de buscar objetivamente influenciar o destino da Cidade, e não ficarmos reclamando que somos obrigados a comer do jeito que nos é imposto. Pelo menos, o Ver. Luiz Negrinho nos dá oportunidade de dizer que não estamos gostando do molho. Nós dissemos para o povo que iríamos fazer, nós iríamos estabelecer o seu representante, iríamos estabelecer, em coletivo, as prioridades do emprego do recurso público. O que nós fizemos hoje é renunciar essa possibilidade. O Ver. Luiz Negrinho está errado? Não são essas as prioridades? Então, deveriam dizer quais são, e não simplesmente dizer que lavamos a mão e que é o Executivo que escolhe. Eu espero que outros tantos me permitam sempre exercitar o que é um dever meu para com a comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, não fui eu que decidi os dois minutos na tribuna, portanto não me obriguem a cortar o microfone. O Ver. Luiz Negrinho, autor, está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu só retornei à tribuna para mostrar como é que as coisas acontecem neste Plenário. Ainda bem que têm Vereadores nesta Casa que usam o bom senso. Nós estamos jogando uma partida de 90 minutos, no segundo tempo, o vitorioso está aplicando uma goleada inexplicável, resolve que quer duplicar essa goleada de uma forma até desonesta, porque numa outra oportunidade decidiu que seria em 90 minutos e agora ele não quer mais 90 minutos, ele quer 70 minutos, 60 minutos e isso é o que ocorre aqui. Existe uma Lei Orgânica e um Regimento que a todo momento, a toda hora, é rasgado, jogado para cima e pisoteado.

Houve um acordo de que seria votado pedido do PT, que seria destacado, votada Emenda por Emenda e que o encaminhamento seria um Vereador contra e um a favor e num determinado momento quer se mudar tudo. Ou estão cansados de trabalhar? O povo nos paga e nos paga bem, sem demagogia. Se nós tivermos que ficar aqui até a meia-noite para votarmos todas as Emendas, nós temos que ficar, nós vamos ficar. Eu havia assumido o compromisso para que houvesse agilidade de não encaminhar, se os companheiros entendessem não fazer nenhum encaminhamento de defesa ou contra, aí este Vereador também não encaminharia, mas não é isso que está acontecendo. Se tiver um Vereador defendendo e um contra, eu também vou defender. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE:  Em votação nominal a Emenda nº 11, solicitada pelo autor Ver. Luiz Negrinho. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 11 por 10 votos SIM e 17 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 12, o Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na minha intervenção anterior, dizia que alguns motivos me haviam feito mudar a posição e votar contrário a esse tipo de emenda com relação aos orçamentos municipais. Mencionei um deles: o descumprimento e o desrespeito do Executivo com relação a esta Casa. Quero mencionar um segundo desrespeito: falta de ética e de respeito à opinião pública da Cidade de Porto Alegre. O futuro Prefeito Raul Pont, numa entrevista no Programa Câmera 2, na última segunda-feira, indagado sobre seus planos de governo, ratificava que a habitação popular é a sua prioridade e anunciava que tem vinte e dois milhões de reais para aplicar na habitação popular da Cidade.

                   Ora, quem compulsar o Orçamento, que estamos a votar, verá que são dezenove milhões. O Prefeito teve um lapso de memória, ou já fez a correção orçamentária, como o GAPLAN costuma orientar, do mês de junho para o mês de novembro. Então, os valores subiram de dezessete milhões para vinte e dois milhões.

                   Agora, o grave é que o Sr. Raul Pont, que gosta tanto de falar em ética, mas que já não teve ética, certa vez, durante a campanha interna do seu partido, para reconhecer que este humilde Vereador foi o primeiro Vereador do PT. Ele preferiu omitir que, em 1982, o PT teve um Vereador, só, para não ter que reconhecer que foi Antonio Hohlfeldt este primeiro Vereador. Essa mesma falta de ética teve o Prefeito eleito Raul Pont na segunda-feira. Falou de vinte e dois milhões; só se esqueceu de dizer que dez milhões vem do Governo FHC que o PT gosta tanto de atacar, porque sem o Fernando Henrique ele não teria nem vinte e dois, nem dezenove milhões de reais: teria nove milhões.

                   Gostaria, Sr. Presidente que, com a mesma forma com que controla o tempo, controlasse os apartes anti-regimentais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib, para encaminhar.

                  

                  O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vou encaminhar...

 

                   O SR. PRESIDENTE: Vereador, nós vamos segurar o tempo de V. Exa. e suspender a Sessão por um minuto.

 

(Os trabalhos foram suspensos às 17h45min.)

 

                   O SR. PRESIDENTE (às 17h46min): Estão reabertos os trabalhos.

                   O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, votarei contra a Emenda nº 12 proposta pelo nobre Ver. Luiz Negrinho que, com toda a dignidade e tranqüilidade, há poucos minutos, colocava da tribuna a proposição para que as Emendas não mais fossem encaminhadas, e que ele não mais encaminharia também.

                   Eu encaminho contrariamente, porque, em 1984, eu, então Prefeito, vetei uma matéria que daria à Prefeitura o prejuízo de um bilhão de cruzeiros e perdi o Veto por vinte e seis votos contra um, na época eu tinha dez Vereadores. O Líder do meu Governo, depois de fazer uma brilhante defesa do Veto, disse: “Até agora falei como Líder do Governo, agora falarei como Vereador, e votarei contrariamente ao Veto”. Então eu encaminho contrariamente à Emenda do Ver. Luiz Negrinho, mas votarei favoravelmente, é possível que assim eu consiga o quórum necessário para que ele aprove, no mínimo, uma das suas Emendas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho solicita votação nominal.

                   Em votação a Emenda nº 12, ao PLE nº 53/96. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda por 11 votos SIM e 17 votos NÃO.

 

                   O SR. 1º SECRETÁRIO (Fernando Záchia): Como vota V. Exa., Ver. Isaac Ainhorn?

 

                   O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Há um dispositivo regimental que permite ao Vereador estar em Plenário e não votar.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Não foi isso que V. Exa. disse, quando eu me recusei a votar.

 

                   O SR. ISAAC AINHORN: Não voto sim nem não; eu não estou votando. Por gentileza, este Vereador quer fazer um esclarecimento: estou recebendo convidados aqui na Câmara para um Evento. Não me recordo neste momento do Dispositivo Legal que deva invocar, mas o Vereador em Plenário não precisa necessariamente votar, isso aconteceu na segunda-feira. Isso não implica necessariamente falta, uma vez que o Vereador já está presente durante a Ordem do Dia, em inúmeros momentos, com presença em Ordem do Dia.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, art. 177 do Regimento Interno: “Nenhum Vereador poderá escusar-se de votar sob pena de ser considerado ausente, salvo se tiver declaração prévia de estar impedido ou nas votações declarar que se abstém de votar”. Portanto, V. Exa. tem que votar sim, não ou abstenção.

 

                   O SR. ISAAC AINHORN: Vereador, não quero polemizar com V. Exa.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa não quer polemizar com V. Exa.

 

                   O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Em votação a Emenda nº 13.

                   O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.

 

                   O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que nós estamos votando, Ver. Luiz Negrinho, é uma questão de princípio. Nós não estamos votando contra a Vila Hípica, contemplada pela sua Emenda, mas o princípio. Nós entendemos que, ao Executivo, é assegurado, por ser Administração, apresentar o seu Plano de Obras. Entendeu a Administração do Partido dos Trabalhadores em fazer o tal Orçamento Participativo. Se é bom ou não é bom, acerta, tem prioridades, é uma questão irrelevante. O Executivo poderia vir à Casa com um Plano de Obras e dizer: “Eu quero alocar os recursos aqui e acolá”. A função do Legislativo é outra. Até certo ponto, nós ficamos constrangidos, estamos votando contra Emendas que alocam recursos a áreas carentes, mas não estamos votando contra as áreas. Nós estamos votando no princípio e o princípio estabelece que ao Executivo corresponde à finalidade institucional de estabelecer o Plano de Obras. Entendeu a Administração Popular de ouvir o Conselho Participativo, o Conselho da Comunidade. É um critério que adotou, poderia ter adotado outro. O que estamos votando é aquele Orçamento onde nós autorizamos o que o Município pode arrecadar e o que o Município pode gastar. O critério da aplicação é outro. Este critério foge à competência da Casa, porque eu poderia apresentar 30 emendas, e os 33 Vereadores apresentariam 33 emendas. Faltaria o orçamento para atender às necessidades fundamentais da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

                  

O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Matérias como essa discutimos há até pouco tempo, cada Vereador, cada Bancada podia encaminhar por 10 minutos. Entenderam de reduzir para 5. Colocaram no Regimento assim. Entenderam de reduzir para 2. Agora clama-se até para que não se fale. O Ver. Elói Guimarães tem razão deve o Executivo estabelecer as prioridades e por elas se responsabilizar. Deve colocar. Eu manuseei esse Projeto e não vi claramente colocado onde seriam feitos os investimentos. Existe uma “vacaccio legis”. Existe uma abertura legal que o Ver. Luiz Negrinho está preenchendo. Se o Executivo não declara onde quer gastar, o Ver. Luiz Negrinho aponta os lugares onde ele deve gastar. A prerrogativa do Município corresponde ao dever dele identificar com clareza, porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias assim obriga, onde ele vai fazer os investimentos. Ele silenciou. Não existe nada dizendo onde vão ser aplicados os recursos.  Como não diz, o Ver. Luiz Negrinho, oportunamente, na forma regimental e legal, propõe que seja encaminhado para lugares onde sua sensibilidade prioriza como necessária a aplicação desses recursos. Na ausência de outra alternativa, o Município silenciou, omitiu-se. Acredito que a proposta do Ver. Luiz Negrinho indica lugares onde são necessários os recursos. Por isso venho sistematicamente apoiando, votando a favor e dizendo que isso é mais do que um direito do Ver. Luiz Negrinho e dos Vereadores que o acompanham, é um dever dos Vereadores desta Casa ver, diante da omissão do Executivo que mandou uma peça em branco, como vai gastar o dinheiro público. Só diz que vai gastar tanto não sei onde. Queremos que gaste nos lugares que são indicados.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação desta Sessão. (Após a chamada.) APROVADA por 15 votos SIM; 10 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

                   A votação nominal para prorrogação de Sessão é de autoria do Ver. Luiz Braz.

                   A Sessão fica prorrogada por mais duas horas, até as 20h02min e logo após, às 20h05 min, será convocada uma Sessão Extraordinária.

 

                   O SR. EDI MORELLI (Esclarecimento):  Eu gostaria de saber se o Vereador que não comparecer à Extraordinária é considerado o quê?

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem um entendimento com base na Procuradoria da Casa que normalmente é considerado ausente e responde dentro dos termos do Regimento.

                  

O SR. EDI MORELLI: Quais são os termos? Eu pergunto, porque na Convocação Extraordinária o Vereador não é pago, então, não pode ser descontado.

 

                   O SR. PRESIDENTE: É esse o entendimento da Casa.

                   O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 13.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, retorno à tribuna, e prometo que vai ser a última vez, mas não poderia deixar de registrar todas as vilas que a gente gostaria que tivessem recursos para a regularização; são elas: Cristal, Pedreira, Mato Grosso, N. Srª do Brasil, Icaraí, Menino Deus, Estaleiro, Hípica, Cruzeiro, Divisa, São Martinho, Campos do Cristal, Arapeí, Santa Anita, Orfanotrófio I, Orfanotrófio II, Gaúcha, Margarita, Vila Tronco, Tronco Postão, Comandaí, N. Srª das Graças. São 21 vilas.

                   Acredito - porque fui membro, delegado e representante do Orçamento Participativo - que nenhuma dessas vilas será atendida, porque não está no Orçamento. Não venham dizer que não estão bem dividas as Emendas para determinadas vilas de Porto Alegre.

                   Onde está a coerência? Tem Vereador que está votando sempre não. Será que está sendo coerente com ele ou com o processo? Será que as alegações são coerentes? Não vão aprovar sequer uma Emenda para uma vila da Zona Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                   O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 13. (Pausa.) A votação nominal tem que ser solicitada uma a uma, assim como não há votação em bloco, não há um pedido em bloco para votação nominal.

                   Votação nominal solicitada pelo Ver. Luiz Negrinho. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 13 por 11 votos SIM e 16 votos NÃO.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Nós gostaríamos de consultar as Lideranças, uma vez que vários Vereadores estão com compromissos pré-agendados para esta noite, embora tenham reiterado que a questão prioritária é o trabalho aqui e que ficariam se houvesse necessidade de fazer as votações convocadas para a Sessão Extraordinária. Amanhã, às 15h, teremos uma reunião da Mesa e das Lideranças para tratar de projetos a serem colocados na Ordem do Dia até o final da Legislatura, critérios que vamos adotar, discussões que envolvem o Plano Diretor. Às 14h, os Vereadores têm reuniões das Comissões Permanentes. Então, a nossa consulta seria no sentido de marcarmos uma Extraordinária amanhã, às 16h, procurando adequar à agenda da maioria dos Vereadores.

                   Eu lembro que a questão imperiosa é a disposição desta Mesa e da Casa de ver votado, ainda amanhã, o Orçamento do DEMHAB e da Centralizada, uma vez que com essa votação individual das Emendas temos utilizado um tempo muito grande.

 

                   O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, V. Exa. havia antecipado, na segunda-feira, a possibilidade de se fazer Extraordinária hoje, e nesse sentido este Vereador reorganizou toda a sua agenda, disponibilizando a noite de quarta-feira, por uma questão de responsabilidade. Reorganizar a agenda significa passar compromissos de um dia para o outro. Se houver Sessão Extraordinária às 16 horas, nós aqui estaremos, mas lamento que o critério adotado na segunda-feira seja quebrado, porque vai-se resolver o problemas de alguns, que não atenderam ao comunicado original, e vai-se prejudicar outros, que seguiram a orientação da Presidência.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador, houve algumas consultas pessoais, manifestando a preocupação do prazo de votação desta matéria, mas como tivemos a experiência do Código Municipal da Saúde, votado um a um, com destaques, o que foi muito desgastante e tivemos que dispor de muito tempo, essa a preocupação de não levar para sexta-feira e de resolvermos antes. Este Vereador, por uma questão ética, não pode dizer que há a possibilidade de não termos quórum dentro de alguns momentos e de termos a dificuldade da Convocação Extraordinária à noite. Não adianta convocar e não colocarmos 17 Vereadores para darmos continuidade à noite.

 

                   O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, ao contrário do Ver. Antonio Hohlfeldt, não recebi nenhuma comunicação, mas me comprometi com o Prof. Rui, na apresentação do Plano Diretor da Cidade, na Associação dos Amigos do Bairro Cristal, e com a discussão e apresentação de projetos do futuro “shopping” do Jockey Club. Eu vim naquela noite de sexta-feira, porque tínhamos que votar um projeto específico de suplementação. Acho que para a votação de uma questão financeira é conveniente que se faça a Sessão à noite, mas se a Casa quer votar por três ou quatro horas as Emendas do Ver. Luiz Negrinho, tem que ser amanhã à tarde.

 

                   O SR. AIRTO FERRONATO: Nós, do PMDB, nos colocamos na posição de que se faça a Sessão amanhã à tarde.

 

                   O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, tenho o mesmo compromisso do Ver. Artur Zanella, na Associação dos Amigos do Cristal.

 

                   O SR. RAUL CARRION: Como não havia sido comunicado da possibilidade de uma reunião hoje à noite, a partir disso me dispus a permanecer até o final da Sessão. Tenho a intenção de ir ao Cristal, em uma reunião, às 20h. Podemos hoje, vencer, tranqüilamente, essa votação do DEMHAB. Inclusive, o Ver. Luiz Negrinho colocou que se outros não encaminharem, ele se abstém de encaminhar. Quero dizer que amanhã, às 17h, tenho uma importante reunião sobre a questão do Jardim Leopoldina. Com bom senso se vota hoje.

 

                   O SR. JOÃO DIB: Gostaria de reiterar o apelo do Ver. Luiz Negrinho de que não se discutissem mais as Emendas destacadas e, imediatamente, fizéssemos a votação.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Eu louvo V. Exa. e faria um apelo no sentido de, como a matéria tem sido repetitiva, que buscássemos a colaboração dos Srs. Vereadores para que não requeressem a votação nominal. Veja que o Ver. Luiz Negrinho abre mão dos encaminhamentos, mas não abre mão da votação nominal. Mas, de qualquer maneira, teremos que enfrentar a votação do Orçamento.

 

                   O SR. LAURO HAGEMANN: Pelo PPS estamos aqui para votar, prioritariamente, o Orçamento, seja a hora que a maioria deliberar.

 

                   O SR. REGINALDO PUJOL: Vou pedir a V. Exa. que dê continuidade à Sessão, porque no tempo que estamos discutindo já poderíamos ter votado umas 4 ou 5 Emendas.

 

                   O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela aos Srs. Vereadores. Nós já estamos na Emenda nº 14 e, havendo quórum, poderemos chegar às 26 emendas. Poderíamos tentar a votação simbólica. Os Srs. Vereadores concordariam com que a votação fosse em bloco?

 

                   O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não devem ser os Vereadores a concordar ou não; é o Regimento que não permite essa maneira de votar.

 

                   O SR. PRESIDENTE: Se houvesse consenso, o Plenário seria soberano para isso.

                   Em votação a Emenda nº 14 ao PLE nº 053/96. (Pausa.) (Após a chamada.) Não há quórum, 10 votos SIM e 05 votos NÃO. Declaramos nula a presente votação.

                   A Mesa convoca os Srs. Vereadores para uma Sessão Extraordinária amanhã, às 16 horas, em virtude da importância e relevância da matéria a ser votada, ou seja, o Orçamento para 1997.

                   Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h31min.)

 

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